9/20/2016

"eu parei em mim
escutando seu silêncio sorrir!"

Quando eu te vi chorando naquele dia
tuas lágrimas transbordaram mais do que sabias
mostraram pra mim tanto de tudo que procuras
trouxeram (tiraram) de ti o mais profundo e revolto dos mares
capaz de reconstruir as carnes  e esqueleto
e corroer as mais básicas das certezas

baixei os olhos, então,
e meu silêncio foi tudo que pude retribuir
com as mãos grossas de calos na palma
calamos, juntos, nosso próximo movimento
e esperamos a noite chegar
quieta e estrelada outra vez em nossos dias
entre colinas e vales aprender,
de uma vez,
que o canto tem que ser cantado todo dia
e que recolher os pedaços faz parte da vida-morte-vida.

9/17/2016

As Aventuras de Juju: no office & home De Inverno

Ela tenta, mas não consegue por muito tempo. A Juju  tenta me obedecer e ficar longe de encrenca comigo, mas não tem jeito. Às vezes acho mesmo que ela não me leva a sério. Fico p da cara, dô uns gritos com ela (e depois me odeio porque não quero que ela acostume desse jeito!). Depois de levar uma bronca de verdade ela até me dá um tempo, mas dali a pouco está de volta.
Como agora: está embaixo da mesa de trabalho, comendo o canto do encosto do pé que é de madeira. E quando ela tá ali eu até deixo, pra ganhar tempo e terminar aquela resposta do email, fazer outra ligação urgente ou ver porque o whastApp apitou... afinal, não é todo dia que posso parar pro chá das 5.  Notem na foto ela comendo, literalmente, um grampo de roupa que estava na minha blusa. Eu no computador trabalhando concentradíssima e quando me toquei ela estava mastigando - e continuou a ponto de eu conseguir fazer várias fotos.








Se não estivesse mordendo o pedaço de madeira poderia estar tentando pegar algum dos meus óculos de novo, destroçando algum chinelo (ou pedaço do que sobrou), roendo o canto dos livros grandes. O controle remoto da televisão ela deixou em paz. Mas, semana passada o meu último chinelo foi pro saco... Desisti por agora de chinelos de borracha. Ao que tudo indica, como está atacada na 'mordeção', deve estar com os dentes incomodando de novo. Aliás, ela passou pela fase “janelinha banguela", como chamei. Aparentemente está com todos os dentes na boca, mas alguns ainda crescendo. Um dos caninos, é bem evidente, está maior que o outro. E quando “coça” a gengiva ela fica maluca e sai roendo o que encontra pela frente. Ama papel. Enquanto escrevo aqui ela  já largou o encosto de madeira, tentou dois livros  - e foi devidamente expulsa dali -, foi para uma caixa de papelão (que ela deu um jeito de rasgar o tecido que tinha por cima e posso ouvir os barulhos dela destroçando o canto da caixa de papelão.) 

Agora pense numa mulher em semana de muito trabalho, com dois telefones na mão ao mesmo tempo, uma lista gigante com os apontamentos do dia e uma cachorra agarrada no sapato tentando desatar o cadarço.... pensam que é só filho que dá trabalho??!!! Aliás, eu acho que um filho me obedeceria mais!! Coisa que Juju, lamentavelmente, só faz quando engato a voz de brava! Ela sabe e-xa-ta-men-te  quando fez alguma estripulia. Dependendo, já vai indo pro lado antes mesmo da gente falar.  Não lembro do Dogui e Baby ficarem assim comigo. Mas, tem um detalhe importante: quando  eles eram filhotes era o oposto, eu praticamente não parava em casa. Trabalhando em casa fica beem mais complicado.

Hoje o vento estava cantando muito alto e forte aqui. Demorei pra me tocar que ela tava com medo e coloquei ela pra fora várias vezes, até perceber que era isso:ela estava com medo, porque estava meio assustador mesmo! E ela ficou lá fora, me olhando e choramingando até eu me tocar e ir lá ganhar um abraço e umas lambidas. Sim, a Juju me abraça!  Vamos ver se um dia eu consigo uma foto dessas para mostrar pra vocês.  Ishi, ela percebeu que eu não saí do computador... tá de novo do meu lado choramingando... tem que ser muito firme pra não ir correndo pro abraço! Ah, mas agora a gente pode Juju! Vem cá: acabou o trabalho!