9/25/2012

Entre Tom Jobim e Stones: Stilnovisti

“It's Nothing New foi composta em Londres. Eu havia conhecido um guitarrista na vizinhança e de vez em quando nos encontrávamos para fazer um som. A gente aprende muito com outros músicos: ele me mostrou detalhes da afinação "Open G" usada pelo Stones e eu apresentei a música de Tom Jobim para ele. Na semana seguinte nos encontramos e toquei It's Nothing New e ele tocou sua primeira incursão na Bossa Nova. Gravamos juntos estas canções e outras, algumas estão lá no myspace Martinuci. Essa nova leitura é um pouco mais puxada para o Blues Rock. Foi assim que o Gaúcho (Luís Bourscheidt) sentiu a canção. Schubert colocou uma pitada funky, Abu mergulhou-a ainda mais no Blues, com reverberações de Mick Taylor, Eric Clapton e Stevie Ray Vaugham. Jorge Falcon decidiu brincar de Nicky Hopkins e eu de Keith Richards! Uma curiosidade é que a afinação, que na literatura do blues e do rock recebe o nome de Open G, no Brasil é usada na viola caipira e tem o nome de "Rio Abaixo". Isso explica o fato da introdução da canção estar bem mais perto de Umuarama do que de Londres !”, Aguinaldo Martinuci, sobre “It’s Nothing New” , cuja versão ao vivo gravada no Paço da Liberdade pela banda Stilnovisti ganhou clipe. É a segunda deste show a ganhar clipe. A primeira foi Inverno, faixa que dá nome ao EP relançado em julho pela De Inverno Records. ************************************************************************************ Conheci o Stilnovisti quando procurávamos, ano passado, um último nome para o Palco De Inverno, celebração dos dez anos da produtora, dentro da Virada da Corrente Cultural de Curitiba. Conhecera Martinuci pelo blog Sobretudo e quando chegou a hora, o bom trabalho dele foi lembrado pelo Ivan na lista prévia. Coisas da vida, o Stilnovisti acabou não entrando, mas conversa vai conversa vem, houve uma aproximação e Martinuci virou professor de piano do Ivan. E eu aqui, só ouvindo as impressões e notando que havia nesse cara um interesse muito bacana, uma vontade de “fazer” e de encontrar gente disposta para ter ao lado. Simples, divertido, chegado em fazer parte “da diretoria”. Resumindo, nas voltas que a vida dá, ele veio fazer um som aqui em casa e foram dados os primeiros passos que se transformariam no imof, que agora já passou está mais forte do que nunca. Junto vieram mais notícias sobre a Stilnovisti e quando eu percebi nas conversas pela casa, a De Inverno estava voltando da hibernação com tudo encaminhado para (re) lançar Inverno, EP de estreia da banda, que além das cinco faixas gravadas em estúdio do trabalho original, trouxe bônus com três músicas inéditas registradas ao vivo. Formado por um grupo de amigos que se conheceu durante o curso de Música da UFPR – Martinuci (voz, piano, violão, compositor e idealizador do projeto); Luís Bourscheidt (bateria, voz), Fernando Schubert (baixo acústico e elétrico) e Fábio Abu-Jamra (guitarra, violão, voz) - o Stilnovisti lançou o primeiro EP em outubro de 2010, com o apoio da lei de incentivo da Fundação Cultural de Curitiba. Agora estou assim, entre imof e Stilnovisti, ensaios regados a café da tarde, queijo caipira e outras guloseimas, shows e vídeos novos. E o mais recente é este aqui, "It’s Nothing new”, que foi gravado nos show de lançamento no Paço da Liberdade e faz parte também do repertório da imof. É evidente que o Martinuci é um baita artista, além de um figura muito bacana que se integrou perfeitamente ao "nosso modus operandi!". Ele é contagiante, tem alto astral e divide não apenas seu conhecimento musical com humildado e companheirismo. Acho que isso tudo se reflete no som que ele apimenta, provoca e faz surgir outra coisa. Tenho sempre a sensação de que por ele, os ensaios não terminariam nunca! Até quando o povo faz aquela paradinha básica no quintal das amoras, ele fica lá às voltas com seus pedais de guita, tocando alguma música nova, enfim... é um inquieto tranquilo. Gostei primeiro da música que ele faz. Mas, ao observar o jeito como ele faz música percebi, ali, o modo de criar típico daqueles que sabem um tanto, mas também têm consciência e disposição para entender é sempre bom continuar aprendendo. Me parece que é dessa camaradagem, também, que nasce a música do Stinovisti - que, cá entre nós, só tem feras na formação, hein! Quem sabe, sabe! E a gente tá aqui pra aproveitar. Então, agora já são dois clipes do Stilnovisti. Tem este também: Stilnovisti já está entre as bandas que mais gosto. Volta e meia, o disco roda novamente por aqui. Afinal, pra música boa a gente volta sempre!

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