6/26/2012

Marcelo Brum-Lemos e O SOM-DE-BRINKEDO



Lirismo experimental

Grupo retorna ao palco do SESC Paço da Liberdade para lançamento do álbum “TRÊS”

Depois de abrir a temporada 2012 da Terça Brasileira, no teatro Paiol, Marcelo Brum-Lemos volta a se apresentar com a formação completa do grupo SOM-DE-BRINKEDO, na Sala de Atos do Sesc Paço da Liberdade. Os shows, nos dias 29 e 30 de junho, marcam o lançamento do novo trabalho do compositor Marcelo Brum-Lemos, o disco TRÊS.
O álbum reúne um apanhado de composições e experimentos, gravados com ou sem o grupo SOM-DE-BRINKEDO, e será distribuído em formato artesanal com uma tiragem de apenas 100 cópias. O trabalho tem momentos que vão do um lirismo medieval (em “Feitos e honras”, com harpa e flautins) ao experimento solo mais “contemporâneo” de faixas como “Que Rey Soul?”, passando pelo “pop-rock” de “Desculpa aí” (cuja letra retrata uma malsucedida tentativa de flerte) e pelo surrealismo de “O Fantasma do Guimarães”, por exemplo.
            O SOM-DE-BRINKEDO, banda que atualmente acompanha o compositor, reúne músicos já experimentados que se revezam como convidados de Brum-Lemos conforme o perfil das apresentações. Nos shows da Sala-de-Atos do SESC Paço da Liberdade, a formação incluirá, além de Marcelo Brum-Lemos (guitarra, piano, harmônica, kazoo e voz), Aruana Moscheta (rabeca e violino), Aluísio Coelho (cavaco-banjo, kazoo, violão e baixo), Felipe Ayres (guitarra, piano, acordeon 8 baixos), Leandro Leal (bateria, percussões e voz) e Carlos Ramos (flautas, charamelas, dulcimer, acordeon e voz).
            A versatilidade dos músicos se traduz na riqueza de elementos sonoros do show. Em 60 minutos, a banda parece transmutar-se em diversas formações: grupo de seresta, combo de jazz, trovadores da Idade Média, MPB, folclore gauchesco, banda de rock... Todas essas variantes são possíveis no “laboratório” do SOM-DE-BRINKEDO, fazendo do espetáculo uma verdadeira viagem pelo vasto leque de sonoridades do compositor . 
            Outro destaque é o lirismo das letras de Brum-Lemos, que escapam do lugar comum, e trazem uma forte ligação com a literatura. “Em princípio, não sou músico, nem cantor” observa. “Trabalho a arte da canção, o meio termo entre a poesia e a música. Sou compositor de canção popular, área em que a poesia exerce um papel tão significativo quanto a melodia, a harmonia, o ritmo, etc”, completa.
Com uma história consolidada na canção curitibana, Brum-Lemos, que é um dos fundadores da banda Zaius, encontrou nos amigos músicos o caminho para voltar a tocar ao vivo. “São músicos com variadas formações, o que me permite convidar de acordo com a proposta dos shows. Isso também permite continuar meus experimentos, posso ir do medieval ao ‘rockão’, passando pelo jazz e folk, com a certeza de ter sempre bons parceiros por perto”, considera. “É também um jeito de valorizar a individualidade de cada músico”, diz, lembrando que seus convidados têm carreiras-solo e são compositores também. O nome do projeto, explica, tem a ver com essa vontade de “brincar com os sons”.
Trajetória
Como solista, Marcelo Brum-Lemos editou os CDs “Res” (ano 2000) e “Mágica” (2004), mas não fez apresentações. Multiinstrumentista, gravou tudo sozinho, mantendo a pegada experimental, que é uma das marcas de sua produção desde os tempos de Zaius, banda que ficou conhecida por um tipo de rock que nunca se prendeu as amarras de um estilo único, passeando pelo jazz, MPB, “rock medieval” e experimental com a mesma perspicácia.  São mais de 15 anos de carreira na música e na poesia curitibanas, desde a estréia em 1995, no 1º. Festival da Canção da UFPR. No mesmo festival conquistou os prêmios de 1º. lugar e Melhor Arranjo em 1997, já com a banda Zaius, com a qual gravaria 3 CDs (“Ao Vivo no Paiol”, 2002; “No Século Errado”, 2005; “A Cidade não Morre”, 2006). A intensa produção de Marcelo teve, porém, poucas apresentações ao vivo. Foram 50 shows apenas em dez anos de história.  
Paralelamente, Brum-Lemos também desenvolveu uma história como poeta/contista, com premiações como o Concurso Nacional Helena kolody (1990/91/93 e 96) e o Concurso Nacional de Minicontos (2002). Esteve também em palcos de poesia da capital paranaense, como “Porão Loquax”, no Wonka bar, e no projeto “Café, Leite Quente e Poesia”, do Café do Paço.
                Em ambas as carreiras, o compositor sempre se destacou por uma postura de independência artística, o que fez tanto de seus CDs e apresentações públicas peças únicas na cena curitibana. Depois do término da banda Zaius, Marcelo passou algum tempo incubando novas ideias e voltou, em 2010, com o projeto poético-sonoro SOM-DE-BRINKEDO, que já se apresentou no Museu Guido Viaro, no Café do Paço da Liberdade, no Wonka bar, Teatro Paiol e em 2012 fez sua estreia internacional, em Coimbra, Portugal, no Piazzolla Jazz Café.

Serviço
O que: Marcelo Brum-Lemos e Som-De-Brinkedo
Quando: Dias 29.06 às 19h30; e  30.06 às 18h
Onde: SESC PAÇO DA LIBERDADE – Sala de Atos
Quanto: R$ 12,00 e R$ 6,00 (comerciários, estudantes, idosos, etc)

Ps.: a foto é de Ana Carolina Torquato. 

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