12/22/2010

no susi




eu tava aqui atualizando o blog com notícias de nossa viagem, quando resolvo, depois de duas semanas dar uma olhada nas redes sociais, ver e-mails e tal. Gelo, e paro tudo, corro pegar um fone enquanto ainda me enrosco com a surpresa da Lu Raitani. Ela disponibilizou nosso “EP”, nosso, que eu digo, neste caso, é do No Susi. Quem acompanha o blog já sabe algo, os poucos que estavam naquele dia na garagem da casa azul vão soltar um daqueles risinhos cúmplices. pros que ainda estão sem saber do que se trata eu explico. Adianto só, que vou falar de um dos momentos mais especiais da minha vida. De um interlúdio, de certa forma., um daqueles períodos que nem agora, passado tanto tempo, consigo pensar de maneira mais fria e distante. É sempre um turbilhão de sensações e uma verdadeira torrente de lembranças, boas, mas também doloridas. Mas algo sempre permanece: tenho muito orgulho dessas canções, declarações de amor e dor; refletindo intensas descobertas e um florescer impensados até então... e foi tudo tão... sem a menor intenção, e acho que isso deixa tudo mais bacana.
Eu não lembro agora o ano, a gente morava na casa azul, e a música ao vivo e a cores ainda rolava solta lá em casa. Numa dessas, a lu raitani botou tanta pilha que, não depois de uma leve birra me vi intimando o rubens a passar o baixo pra mim, como fizera o carlão pra lu. A Julie foi pra batera e a patrícia cantando. Só sei que quando percebemos estávamos pedindo “cadê a minha cerveja” em uma... “música”. E funcionou, os marmanjos vieram trazer a cerva pra gente. Tava a turma do oaeoz, folhetim urbano e o linari – além da rosi, que também foi considerada uma no susi original.
De minha parte posso dizer que não tinha ideia do que tava fazendo. A Patrícia dá suas cantadas, a julie eu não sei, mas, pra mim, a artista mesmo ali, foi a lu raitani. Minha amiga, minha soul sister. Já conhecia seu talento nas artes cênicas, nos conhecemos trabalhando na mesma época em que rolou seu romance com igor, o que aproximou laços e fincou as bases para uma amizade que inevitável e que seguiria com cores bem próprias. Com a Lu foi dessses amores a primeira vista que acontecem na vida da gente. Eu sei que foi pela força de tudo isso, que fui tão intransigente com ela diante de sua decisão de voltar pra londres. Hoje sinto por ter sido tão dura, mas sei que fui proporcional à intensidade da entrada dela na minha vida - disso não tenho dúvida.
Quase na mesma época, tinha ouvido do ivan, pela primeira vez, alguém cantar algo que escrevi. Isso é daquela sensações que deixam marcas pra sempre, então, imaginem como me senti quando a lu pegou coisas que eu rascunhei e começou a cantar em cima. Isso sem falar que eu ficava embasbacada diante do talento dela, sem o menor esforço soltava um “Foda-se você e suas canções sensíveis”, se rasgava de amor diante daquele microfone, agarrada a sua guitarra ruiva, vomitando em forma de canções raivosas – mas cheias de amor, saudade, de dor mesmo – por um amor que estava sendo arrasador. E eu ali, presenciando, mais uma vez, de alguma forma por perto, vivendo um desses momentos únicos, desses que forma o carater de uma pessoa. Toda vez que a gente se encontrava na garagem, com copo de vinho do lado, era especial. Pra nós duas, a brincadeira ficou mais séria e a ideia, primeiro, era fazer uma peça de teatro, que seria nossa história, a gente ali em conversa de cumadre e “fazendo um som”. Muitos, muitos planos, muiitas ideias, muitas vontades. Nos sentíamos fortes trabalhando juntas e poderiamos fazer projetos mil. E poderíamos mesmo, não resta dúvida. Mas a vida é assim, resultado das decisões que tomamos. Gravamos as canções que fizemos: cadê a minha cerveja (criação coletiva); sobre flores e canções e Não (letras minhas); Foda-se, Aqui, Identidade todas canções cujas letras foram feitas pela Lu alí, no ato, no calor do que tava pegando (e gravadas por esta discípula de ivan santos, hhahahaha, eu que tenho fama de gravar ou fotografar tudo hoje em dia, mas aprendi com ele.) ela ia viajar e resolvemos ao menos registrar, ensaiamos pra gravar e tudo, bonitinho, as duas bem aplicadas – e aquilo nos fazia muito bem, independente de qualquer outra coisa. Nunca tive certeza se teria mesmo coragem de pisar num palco com no susi em uma peça. Ás vezes achava que sim, talvez, quem sabe; noutras, tinha certeza que não conseguiria, não era o que eu mais queria, na real.
Então é isso. Toda vez que ouço no susi, puxa vida, é uma coisa foda, revira tudo, mexe comigo. Independente de qualquer coisa, foram entardeceres encantadores. Valeu, lu raitani. Isso é pra sempre. (adri)
taí, o link

http://www.reverbnation.com/nosusi

Um comentário:

Anônimo disse...

que massa, adri! fiquei bem feliz de ouvir vcs de novo. bjo.