5/17/2010

sobre eu e você

Em geral, quem comenta os escritos do Bortolotto aqui é o ivan, mas desta vez, o que o mario escreveu pra Folha de hoje, acertou primeiro em mim. E me lembrou uma amiga dos tempos de faculdade. Ela, a Paulinha, rabiscou na parede da kit onde a gente morava, em Ponta Grossa, uma frase que não lembro direito, mas falava de felicidade, de estar alegre, enfim.
Um dia, ela chegou de saco cheio daquelas letras grandes exigindo, cobrando uma felicidade que em vários dias nem quer olhar pra cara da gente (e nem a gente pra cara dela, vamo combinar!). Lembro até da expressão dela quando perguntei porque isso, agora? ela me respondeu, com uma cara que estava em algum lugar muito próximo de "um bater a cara na porta que quem aparecesse na frente": "Ah, é uma obrigação de ser feliz todo dia!!!"... Achei aquele instante tão genial.
Acho que o que o Mario fala em relação à exigência de se divertir, de ter que ver todos os shows, tem a ver com isso também. Ele está falando da Virada Cultural, e não falou mal do evento, falou muito certo é do nosso tempo e das pessoas "antenadas" de hoje.
E falou de mim mesma, mesmo que muitas vezes eu não me dê conta. Não que eu me obrigue a ser feliz todo dia, ao contrário. Ou me obrigue a ir a todos os eventos que acontecem. Definitivamente, não.
Mas sim, me fez lembrar de me dar o direito (e que os outros me deixem também) de não estar feliz todos os dias. E, mais, que eu não cobre de quem está ao lado que seja feliz todos os dias. E que eu não me sinta culpada por não ter ido a qualquer coisa que seja. E que eu não me sinta culpada por ter preferido ficar na minha casinha gostosa, lendo um livro que to amando ou ouvindo música, sem fazer mais nada.
Lendo Mario lembrei da minha amiga, lembrei do fim do 92, lembrei de mim mesma, outra vez. (adri)

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