1/22/2010

Dramaturgo renasce depois do pesadelo

Estadão de hoje

Quase totalmente refeito, Bortolotto diz que levará a vida agora com 'serenidade'

Jotabê Medeiros

No dia 5 de dezembro, após a sessão noturna de sua peça Brutal, do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt (corredor cênico que se tornou uma espécie de Off-Off-Broadway nacional), o dramaturgo e ator Mário Bortolotto, de 47 anos, confraternizava com colegas de palco quando se viu envolvido em kafkiana situação. Dois bandidos armados invadiram o teatro, cujas portas estavam semifechadas, e começaram a barbarizar.

Atores foram agredidos e Bortolotto (vencedor dos prêmios Shell, APCA e Mambembe), após levar uma coronhada na cabeça, partiu para cima do agressor. Levou quatro tiros, um deles no coração, e foi levado para a Santa Casa em estado grave. Praticamente desenganado, recuperou-se surpreendentemente, assombrando até seus médicos.

Anteontem, ao receber a reportagem do Estado, parecia plenamente recuperado. Já sai à rua sem problemas, recebe encomendas no elevador. E já marcou até data para voltar aos palcos: 18 de março, no Festival de Teatro de Curitiba, com o texto inédito Música para Ninar Dinossauros.

E os tiros, onde pegaram?

Cara, eu sou o menos indicado para falar dos tiros. Não sei direito. Sei que um pegou no coração. Foi o que mais deu problema, foram nove horas de cirurgia. Era para morrer, né? Os médicos mesmo falam que foi milagre eu ter sobrevivido, porque ninguém chega ao hospital vivo com um tiro no coração, morre no caminho. Em segundo lugar, ninguém sobrevive à operação. Eu consegui chegar ao hospital e sobreviver à operação. Os médicos não botam fé, dizem: "Bicho, é muito milagre."

É verdade que você ficou com duas balas no corpo?

Tem uma aqui, perto da coluna. Se pega, eu tava aleijado. E tem uma outra aqui atrás... sei lá. No raio X tem, tá ali, não sei onde é direito. Sei que tem duas balas-souvenir aí dentro.

E qual eles tiraram?

A que foi no coração.

No seu blog, muita gente pergunta o que você viu enquanto estava em coma, se viu Deus ou se viu o Diabo...

Rarararará! Cara, eu vi o Pereio (Paulo Cesar Pereio, ator).

É sério?

Sério. Eu lembro que não tive sonhos. O que tive foi... Sabe aquela brincadeira que a gente fazia quando era criança, de jogar um palito de fósforo no café e aí formava imagens? Lembra disso? A coisa do palito de fósforo no café era a coisa de formar imagens mesmo, a avó da gente sabia fazer isso. E aí tinha isso, cara: do nada começavam a se formar imagens. Eu via tudo como se fosse uma tela preta e ia se formando uma imagem de fumaça. E eu lembro nitidamente do Pereio, que depois se transformava em Stalin. Eu achava muito engraçado: o que tem a ver o Stalin comigo? O Pereio tudo bem, é meu amigo.

Ademais, você nunca teve pendores para a política...

Pois é, bicho! Apareceu o Stalin, e depois o Príncipe Valente. Sabe umas coisas assim? Meio estranho, umas referências estranhas. Eu me lembro disso dos dois dias em coma. E demorava muito para formar a imagem, era uma coisa que ia muito devagarzinho. E quando aparecia o Pereio era sempre do mesmo jeito, cabeça meio abaixada. Sempre assim.

E a sensação dos tiros? O que você sentiu?

Cara, eu me lembro do impacto. Não chegou a me jogar, porque eu segurei a onda e ainda fui para cima do cara. Levei três tiros, e um de raspão, quando o cara foi dar o tiro de misericórdia, que pegou de raspão, no pescoço. Isso me contaram, que o cara foi embora e voltou. E errou. Eu lembro do primeiro impacto, parece que você está levando um murro muito bem dado no peito. Aí eu caí. Eu estava muito bêbado, muito bêbado.

Foi tudo muito rápido, não?

Muito. A polícia veio me pedir para identificar o cara. Mas eu não lembro, como é que vou identificar? Eu achava que o cara que atirou em mim estava com camiseta branca. Aí eu fui ver na imagem da câmera interna da TV e ele estava com uma jaqueta verde. Como é que vou identificar o cara? Que espécie de testemunha confiável eu sou? Aí ficam falando que eu tô com medo de represália. Medo? Eu não tenho medo de p... nenhuma! Não tenho medo de ir para cima de um cara armado, vou ter medo de represália? Se eu soubesse quem foi o cara que atirou em mim, fazia questão de falar. E não acho que isso seja delação. Delator, o cacete! O cara atirou em mim, pô! Eu não tô me metendo na vida dos outros. Delator é para quem é de gangue, eu não sou de gangue de bandido.

Parece que é mais um estigma se formando. Assim como se diz que em peça do Zé Celso vai ter um ator querendo te beijar, dizem agora que em torno do Mário Bortolotto tá cheio de bandido...

Aliás, eu escrevo muito pouco sobre isso. Se pegar, 10% do meu trabalho é sobre marginalidade. E ficam insistindo nisso. Eu acho uma pena....

Essa nova peça sua que vai estrear em Curitiba no dia 18 de março....

Música para Ninar Dinossauros. É uma peça sobre velhos amigos, eu, o Picanha (o ator Paulo de Tharso) e o (Lourenço) Mutarelli. Não lembro se foi o Mutarelli, quando a gente estava em um bar, que sugeriu uma peça sobre nós três. Aí eu disse: vamos fazer, então. Não terminei o texto ainda, mas eu avisei o festival, eles sabem disso. Vamos começar a ensaiar depois do carnaval. Não somos só nós três em cena, tem um monte de gente na peça. São três caras que só transam com putas. É uma história da nossa geração, uma geração que foi pega no contrapé. Nós nascemos nos anos 1960, não fomos os caras que vivemos as revoluções, as mudanças. A gente nasceu ali sem saber o que estava acontecendo. E, nos anos 1970, enquanto tava todo mundo na luta armada, etc., a gente estava colecionando figurinha do Geisel. Cantando Incríveis, Eu te Amo Meu Brasil, colecionando figurinhas Brasil Pátria Amada. A gente começou a tomar pé da situação nos anos 80, quando já estava acabando. Aí ficou aquela sensação: para que a gente serve? Então a peça é sobre essa dificuldade. Mostra os três jovens, 20 anos antes, e eles também só transavam com putas. Ou seja: eles não mudaram nada.

Quando você chegou com seu teatro à Praça Roosevelt?

Foi quando os Sátiros abriram ali. A gente começou a frequentar o bar do lado, o La Barca. Onde hoje é o Sátiros 2 era o Teatro X. A gente só ficava bebendo ali e começamos a apresentar algumas peças nos Sátiros, como um grupo convidado.

Nunca teve uma ajuda do poder público ali, teve?

Que eu saiba, não. Só tinha os Sátiros. E era muito barra-pesada aquilo.

E hoje não é barra-pesada?

Hoje não é, cara. Aconteceu o seguinte: enquanto os bares e os teatros estão abertos é muito tranquilo. O problema é quando eles fecham as portas. É aí que os noias (viciados em crack) descem. O que aconteceu no dia é que tem essa p... da Lei do Silêncio. Se os Parlapatões baixam as portas, vira uma arapuca, uma armadilha para quem está lá dentro. A gente baixou as portas, o ladrão entrou e baixou de novo. Quem está lá fora não sabe o que está acontecendo lá dentro. Quem está lá dentro vira refém. E é por causa da Lei do Silêncio, porque senão as portas estariam abertas até as 6 horas da manhã. Entendeu? E aí nenhum ladrão vai entrar lá com a porta toda aberta. A praça fica segura. Agora, começa a baixar porta à 1 hora da manhã, vira um lugar ermo, fica perigoso. Não fosse a Lei do Silêncio não tinha acontecido.

Você nunca foi assaltado na Roosevelt?

Eu ando até de madrugada ali, nunca fui assediado, nunca fui assaltado. Só lembro de flashes do que aconteceu. Fiquei muito puto.

Tem uma história de que você partiu primeiro para cima dos bandidos.

Tinham me dado uma coronhada, tinham batido na Guta, na Manu. Entraram lá a fim de barbarizar. "Vamos pegar esses babacas aqui." Subestimaram a gente. Pensaram: aqui vai ser fácil, um bando de atores de teatro, uma rapaziada indefesa. Se tivesse mais uns três amigos malucos meus lá, eles tinham se ferrado. Porque quase eu arranco a arma desse fdp, mesmo sozinho. Se a gente pegasse, a gente quebrava de pau esses caras. Eles levaram sorte, porque fui só eu e o Carcarah para cima deles. Tinha mandado eles para o hospital, igual me mandaram.

Tem essa coisa clichê dos sujeitos que passam por uma coisa extrema como essa e mudam radicalmente. Você não mudou nada.

Eu não mudo. Não sou borboleta. O que acho que muda em mim agora, se é que isso é mudança, é que, se eu vou ficar mais um tempo por aqui, vou fazer umas coisas que gosto de fazer. Não vou ter mais ansiedade, vou fazer com calma, olhar as coisas com serenidade. Não vou mais ter pressa de agarrar o mundo, porque já era para eu ter ido. Tudo que eu fizer agora é faixa-bônus. Tenho duas peças para fazer e mais um filme.

Qual é o filme?

Chama Nove Crônicas para Um Coração aos Berros, um filme do Gustavo Galvão, é o primeiro longa dele. É um filme simples de fazer, vou fazer como ator, são apenas duas diárias. E eu faço de muletas, ou seja, já estou caracterizado.

Houve um momento em que você teve um ponto de contato com o teatrão, quando o Raul Cortez comprou sua peça e montou no Teatro Faap. Você cedeu os direitos porque precisava da grana?

Eu sempre gostei do Raul Cortez. E quanto ao dinheiro... Não foi por estar precisando. Vou falar sério para você: de 2000 para cá eu nunca mais precisei de grana. Até 2000 eu passava fome, não tinha dinheiro para comer. Comia cachorro-quente ali, era meu almoço. Eu sempre ganhei pouco, mas vivo com pouco também. Depois que ganhei o prêmio Shell, o APCA, fiz a mostra no Centro Cultural São Paulo, a partir dali sempre pintou um trabalhinho para mim, eu consegui me manter. Comprei essa quitinete com os direitos que vendi para o Raul Cortez e os diretos de Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet. Não gostei da montagem do Raul porque ele ficou com um pé num barco e com um pé no outro. Vem um cara que é fã dele e não gosta, vem um cara que é fã meu e não gosta. Era tudo muito bonitinho, superprodução. Tinha de fazer num teatro mais modesto, com recursos mínimos, com um diretor que obrigasse a uma interpretação visceral.

O que é uma interpretação visceral, em sua opinião?

Quando falo visceral, falo de interpretar com verdade. Eu não preciso muito disso porque já sei o que tô fazendo. Eu escrevi, eu conheço esse universo. Faço com verdade, neguinho acredita no que estou fazendo. E os atores que eu chamo é porque sei que podem trabalhar na mesma sintonia. Não é assim essa coisa de preparação de atores, de arrancar pedaço do corpo, de sair gritando, rolando no chão. Isso para mim é palhaçada, é histeria, não é ser visceral. Ser visceral é ser verdadeiro, para mim. É ir até o fundo do poço. E quando eu vou ao fundo do poço, eu não vou me cansar muito, porque eu já conheço o fundo do poço.

1/15/2010

tem um silêncio novo em casa


a casa ficou tão silenciosa de repente, tá faltando algo no chão. aquele clec clec compassado atrás de mim, nem a correria do corredor de fora, acordando a gente de manhã. olho pro lado e so tem essa grande falta. o lugar vazio ao lado. insuportável. você já sentiu o coração pesado assim? a garganta doendo. pra todo lado que olho... a falta que você faz. mas, agora, sinto o coração até mais leve, só não queria que tivesse sido daquele jeito, com a lembrança do dogui saindo de casa, virando a cabeça, a minha procura, indo naquele carro sem que eu pudesse ir junto. nesses últimos dias, meu melhor amigo definhou, não havia mais como negar que sofria e a gente jamais prolongaria isso. uma porcaria de um bicho peçonhento aproveitou a fragilidade do nosso "vovo" dogui e acelerou o processo que já sabíamos batia na porta. ontem, pulei da cama logo cedo e lá estava ele, sem se levantar, triste, acabrunhado, não vinha mais atrás de mim, não aceitava mais o remédio ( ele que sempre foi tão compreensivo com o que sabia que iria aliviar o incômodol), não comia nada. nem queria vir pra sala com a gente. insuportável ver meu amigo assim.
de ontem pra hoje foram horas horríveis porque eu ficava pensando que ele tava lá na clinica, onde o tratam como príncipe, mas sem a gente por perto. sozinho. encaramos a decisão e fomos lá hoje, eu e ivan. ele tava lá abatido,mas olhando pra gente, procurando a gente. nem foi preciso medicamento, seu coração tava tão fraco que um anestésico o fez dormir, ali do meu lado. lindo.
me sinto mais leve agora, apesar dessa tristeza que volta toda vez que eu olho pro lado e vejo que ele não tá ali. que não vai mais estar ao lado do portão me esperando chegar, nem vai ficar bem no meio da cozinha, enquanto tento nos alimentar. achei várias fotos dele lá naquele jardim da casa do campina, bonitão, no seu auge, correndo, jogando bola, se exibindo, o safado. impossível não passar um filme na minha cabeça desde aquele dia que ele chegou no bagageiro do carro do Junior, da Patrulha, vindo da casa que ele dividia com a Relespublica. Um garotão pastor alemão; lembro da tristeza dele quanto perdemos a tatu; de como sempre recebeu bem os novos moradores, desde a baby, passando pelos filhotes da manu, até chegar à molly, que dormia entre as patas dele.
Como diz a mariele, que o viu logo depois da gente, ele é um cara de mais caráter do que muitos que a gente encontra por aí.
Enfim... meu grande amigo, companheiro de tantas horas, partiu e neste final de semana não acho que vou conseguir ir para nosso belo quintal. (Adri)

1/12/2010

atualizando...



Mais uma pra começar o ano com boas notícias. O blog Move That Jukebox! compilou uma mix tape com o que considera as melhores músicas de 2009, com dez faixas internacionais e dez nacionais. Entre as nacionais, o primeiro single do Hotel Avenida - Eu não sou um bom lugar. Confira e baixe.

Em tempo: o Carlos Eduardo Lima, do RJ, publicou no final do ano uma lista de melhores em seu Blog do CEL. E inclui o EP Hotel Avenida entre os dez melhores lançamentos nacionais de 2009. E o Hotel Avenida entre as "revelações" do ano.

PS: O Gian me alertou agora há pouco. A pedido do blog Goiânia Rock News, o jornalista e editor do site Senhor F, Fernando Rosa, destacou discos e músicas que mais gostou de 2009. Rosa listou no topo de sua lista de músicas do ano o single "Eu não sou um bom lugar", da Hotel Avenida.

1/06/2010

A minha conquista do ano!


Essa gata me encarando, a de cima, é a Tigra Maria e das duas pretinhas, a de trás, é a Chanel FRajuta, junto com sua amiga Moli. Só ta faltando a Lu, depois eu coloco uma foto dela também.



Tem gente que não gosta de gato. Ouço tanto isso, junto com aqueles clichês de que são bichos traiçoeiros, que não são leais e são egoístas. Definitivamente, de nada entendem de gatos e posso afirmar com uma certeza rara nesses dias que alguns dos mais lindos momentos de minha vida foram com esses felinos. São quatro as gatas que moram com a gente, mas foram vários os que conviveram por perto, desde que a primeira delas, minha pequenina Manuela, chegou lá na casa das jabuticabeiras, depois de eu a ter notado na casa dos meus pais, mirradinha, a mais pequenininha e arisca, esconda num canto. Me apaixonei na hora. Já não lembro bem como foram os primeiros dias com ela. Em geral, estes são dias tensos, dias de conquistas, porque é preciso ganhar a confiança deles - e nisso eu digo, os gatos são mais difíceis mesmo que os cachorros (igualmente meus preciosos amigos). Mas, o que eles nos dão depois, a entrega deles pra gente, o companheirismo (sim, eles são muito companheiros, sabem quando to triste e é quando ficam mais por perto, me olhando e falando coisas com esses seus olhinhos bordados. Nunca vou esquecer o dia que a Manu teve filhote – ela ficou tão redonda! E quando eles nasceram, fui a primeira a poder chegar perto dos sete gatinhos. E lembro do jeito dela quando eu ou Ivan mostrava os bebês para alguém: alerta. Ela ficava olhando eu pegar aquelas coisinhas (e uma delas era a minha adorada Tigra Maria, até hoje com a gente, minha doce rabugentinha) que cabiam na palma da minha mão e podia ser esmagados por uma pessoa má. Pra mim, essa lembrança continua sendo uma das maiores provas de confiança que já tive. E se repetiu com outras gatas. por exemplo, a que chamava selvagem, que nem ao meu chamado atendia e vivia fora de casa, foi ter filhote. Onde se deram os primeiros sinais? No nosso quarto. Nem eu acreditei, quando a vi lá, mas me rendi outra vez ao que entendi como mais uma prova de amor e confiança.

Esse ano duas novas gatinhas vieram morar com a gente: a carinhosa Moli que por sua tristeza diante da não acolhida das mais velhas, nos fez trazer a Chanel Frajuta, a mais arisca de todas as gatas que a gente teve.
Nos deu um olé, e cheguei mesmo a pensar que ela não vingaria com a gente, porque não tinha jeito de ganhar a confiança: eu dizia, em certo tempo, que eu era a monstra preferida dela, porque apesar de ela já saber que eu daria comida e tal, não deixava nem a mim nem o Ivan chegar perto. Nas primeiras horas na casa do abranches, ela entrou nas engrenagens de uma geladeira velha de tal jeito, que tivemos que chamar a assistência pra tirar o motor da geladeira e soltar a gatinha, porque a gente não conseguiu liberta-la. E mesmo assim, ela continuou arisca, não queria nossa aproximação.
Ela só foi ceder depois de passar um dia na clínica veterinária para uma cirurgia. Aí, se convenceu que nós somos seus amigos pra sempre. Foi incrível, voltou outra gatinha (embora ainda tivesse seus surtos de medo). Ficou minha amiga e agora é a própria “nermal” (sabe o gato fofinho, dengoso, metido e fru fru que o Garfield odeia?, pois é). Não preciso mais chamá-la, ela ta sempre por perto; voltou tagarela, e não pode ver eu ou Ivan chegando que já se enrosca nas nossas pernas, deita e rola no chão, insaciável em sua vontade de ganhar carinho na barriga. Ela só tem um defeito, essa coisinha: não gosta que eu a pegue no colo, vejam só, uma das regras básicas de ser um gato da Adri. Ok, nenhum gato gosta disso, mas é um acordo que as outras já aprenderam: pra morar comigo elas tem que tolerar um ou outro agarrão, quando baixa a Felícia. E olha, que há uns 20 anos, eu compartilhava alguns daqueles clichês que falei no começo. Até que uma gatinha foi a minha companhia em um reveilon solitário lá nos anos 90... (adri)

Vazio


Sim, eu sei
não era o que planejava
só termina quando tudo acaba em nada
e o vazio
preenche os rios
e os meus dias até o fim
até o final
até um sinal
que a gente sempre deixa escapar

se no fim
alguma coisa deu errado
mil fantasmas escaparam do passado
mas acabou
não posso mais
nem quero mais viver assim
sangrando aos poucos
matando as horas
só pra esquecer que eu sou assim
tão fraco
tão fraco...

1/04/2010

Tindersticks - Falling Down a Mountain



Tindersticks - Falling Down a Mountain

Excelente notícia pra começar 2010. ELES estão de volta com disco novo e com direito a video de apresentação no site oficial. Certas coisas não mudam nunca, ainda bem!