8/17/2009

sem título de novo

a ponta da unha vermelho-alaranjada caprichosamente descascada não a deixa esconder que há dias tem se deleitado com afazeres de terra molhada, coisas corriqueiras, dispensadas antes, e pelos outros, e que lhe trazem o prazer igual ao de lavar a louça e cuidar de uma casa, que é sua, que se tornou nossa, depois de um almoço especialmente servido pruma pessoa que faz seu dia melhor. Ha! quem diria se a encontrasse muitos dias atrás...

afinal

demorou uns quase 30 anos, mas também descobriu que nos mais insuspeitos afazeres estão alguns dos pequenos mistérios que fazem a diferença nesses dias. demorou pra saber que até naquelas coisinhas da casa, naqueles cafés da manhã estavam um outro tipo de prazer, de um tipo que também se encontra nos livros e nas canções, mas que a gente não se deixa perceber que é dali que eles saem para queimar os olhos, atiçar os sentidos...

agora,mexe nas páginas dos livros procurando o que esqueceu em alguma entrelinha, o que dela se escondeu por tanto tempo.

não se engane, não tem a menor ideia do que seja. tateia, como sempre, mais uma hora, pra completar mais mum dia, fechar outra semana e novamente ser acordada por uma segunda-feira; novamente dar com a cara na porta de outro desejo que dependia de alguém que o largou ao lado...

não tem o que fazer; não tem o que dizer.agora, pelo menos. então a gente se tranca com isso tudo que não entende. e espera. um pouco. só espera. outra história de catarina. (Adri)

Nenhum comentário: