12/31/2008

Que venha 2009!



Pra terminar 2008 com uma boa notícia.
O OAEOZ foi "laureado" com o prêmio de melhor ao vivo do Último Volume, ou "the best live UV". O pocket e entrevista que eu e o Carlão gravamos com eles foi campeão do ano de downloads (174 em uma semana) do programa dos grandes figuras Neri Rosa e Marcio Stecz. Com direito a trófeu e reprise do programa no próximo domingo, dia 4, pela rádio Lúmen FM, de Curitiba.

UV também pode ser conferido pelo myspace e o podcast do neri:

www.myspace.com/ultimovolumeradio
http://neri.podomatic.com/

Como diriam nossos amigos do La Carne, a classe trabalhadora agradece!

é isso aí
ano que vem tem mais.

let it be e

feliz 2009!

12/28/2008

Caetano "descobre" Cascadura

Depois do Hurtmold, o Caê resolveu elogiar outros nossos velhoes conhecidos:

“Sou louco pelo Cascadura há anos. Chamava-se Dr. Cascadura. No CD mais recente, “Bogary”, a banda mantém o charme Rolling Stones dos primeiros discos, mas a sonoridade pesada tem textura de Queens of the Stone Age. É muito bem feito. Cascadura é uma banda baiana (merecedora da tradição soteropolitana que vai de Raul Seixas a Pitty) que já existe há anos e que leva quem a ouve a se perguntar por que é que ela não se tornou conhecida como deveria”.


Do blog Obra em Progresso

Também sou Hype - Hermes e Renato



impagável esse scat do Hermes e Renato sobre uma banda brasileira que canta em inglês e tem influências de carimbó.

Fim de ano na telona



Pra quem ficou em Curitiba nesse final de ano, uma boa pedida é o cinema. Curiosamente foi justamente agora nesses dias em que a cidade fica vazia que finalmente entrou em cartaz por aqui o “Nossa Vida Não Cabe Num Opala”, filme baseado em texto do Mário Bortolotto, que tem na trilha OAEOZ, Íris, La Carne, Cascadura, entre outros. O filme teve pré-estréia no sábado, no Cine Luz, mas entra em cartaz de vez na sexta-feira, dia 02.

Abaixo os horários das sessões:

Dia 02 a 07/01: sessões 02: 15h30, 17h30 e 20h
Domingo, dia 4 – sessões somente às 17h30 e 20h
Cine Luz (R. Xv de Novembro, 822)



Outra opção na telona é “Control”, cinebiografia de Ian Curtis, do Joy Division. Esse tá passando no Cinemark Mueller, as 15h10

12/19/2008

Cassim & Barbária fecha 2008 no Wonka

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Marcio Leonardo, Zimmer, Cassiano, Eron e Xuxu: começou com Fagundes, mas agora o projeto solo se transformou em uma “super banda”

Banda, que nasceu do encontro de músicos experientes e talentosos do meio alternativo do Paraná e de Santa Catarina, está com show agendado em Nova Iorque, em março

Adriane Perin

Preparando o roteiro pela América do Norte em março, e dividindo o tempo com a gravação de um ep para ser lançado lá, a banda Cassim & Barbaria faz hoje o último show do ano, no Wonka, quando lança também o clipe de “Catastrofismo”. É o novo projeto do curitibano Cassiano Fagundes (Bad Folks e ex- Magog), em parceria com os catarinenses Eduardo Xuxu, Marcio Leonardo e Eron (todos ex-Pipodélica) e Zimmer (Os Ambervisions). “Assumi que sou artista”,diz Cassiano. “Ainda tenho que fazer outras coisas pra sobreviver, mas não montei outra banda para ficar tocando em barzinho de Curitiba ou Florianópolis”, completa. Quando voltou a Curitiba de um longo “retiro”, há quase dez anos, ele se embrenhou por outras áreas, antes de voltar a por os pés em um palco. Agora, algo mudou. “Fiquei batendo a cabeça e quando parei pra pensar em o que é que faço bem mesmo, me dei conta que estava perdendo tempo”, avalia. “Se vou conseguir viver de música, não sei, mas vou tentar”, completa.
Cassiano mudou-se para Florianópolis por conta de trabalho, na mesma época em que recebeu o convite do jornalista Rodrigo Lariú para lançar um disco solo, o EP Ready. Só que o convite veio com uma exigência: Cassiano teria que assumir a responsabilidade de criar uma banda para tocar. Calejado da experiência de morar em uma cidade e ter banda em outra, foi direto para caras que conhecia a competência e estavam por perto. “Liguei pro Xuxu para fazer um som; ele chamou o baixista da Pipodélica Marcio Leonardo e o Eron, que também passou pela banda deles, que não tinha acabado ainda. O Zimmer tava sempre em volta e quando vi já fazia parte”.
Outra coisa que aconteceu naturalmente foi a transformação do projeto solo em projeto de banda. “Comecei a me sentir mal. Não dava para chamar de trabalho solo porque os caras tão produzindo. É uma banda, mas não exatamente uma democracia, é verdade, porque nasceu do meu trabalho solo. Mas tem vezes, como agora que estamos gravando, que eles é que mandam em mim”, observa.

A sonoridade que vem aparecendo desse encontro tem um pé na psicodelia inglesa, mas Cassiano não tem muita paciência para o clima “viajandão”. “Tem esses elementos mas tem uma piada interna para a definição: como se fosse uma banda industrial alemã dos anos 70 tocando Michael Jackson”. Eles não tinham planos de gravar agora, mas com o convite para se apresentar nos Estados Unidos e Canadá e lançar disco, tudo se precipitou para um EP. Todos estão produzindo juntos, mas “o Xuxu tem uma mão forte porque tem experiência” , diz Cassiano. A turnê está exigindo um super planejamento, explica ele, porque o custo é alto e a verba tem que ser levantada. “Temos show marcado em Nova Iorque dia 6 de março e queremos fazer uns 12 no mínimo”, diz. No meio disso, Cassiano só lamenta que a a Bad Folks fique um pouco no prejuízo. “Foi um acidente de percurso, mas está sendo bom pra mim. Em 2009 o BF volta a gravar. Com o Cassim tudo tá acontecendo muito rápido. O BF é aquela coisa mais descompromissada que vai estar sempre rolando”, garante.

Serviço
Cassim & Barbária. Dia 19. R$6 (a té meia noite). Wonka (R. Trajano Reis, 326).

não é mais nem vergonhoso, é nojento...

É epoca de festa, de solidariedade, de abrir o coração e celebrar.... hahahahahah. é de chorar, o pior é que os otários somos nós que sustentamos esse bando de vagabundo e covardes:


Jornal do Estado/ Bem Paraná

“Na calada da noite”, Assembléia aprova superaposentadoria

Projeto que presenteia deputados com R$ 10 mil foi votado de madrugada

Ivan Santos

Além de deixar um aumento de impostos como “presente” de final de ano aos paranaenses no último dia de trabalho da Assembléia Legislativa antes do recesso, os deputados estaduais aproveitaram a madrugada de ontem para concederem a si mesmos um outro presente, igualmente às custas do contribuinte. Sem qualquer divulgação prévia, os parlamentares colocaram em votação e aprovaram, quando já era mais de uma hora da manhã, um novo projeto de lei para instituir um plano de previdência que vai conferir a cada um dos 54 deputados o direito a uma aposentadoria especial de até R$ 10 mil mensais.
O projeto, incluído na ordem do dia sem os pareceres das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Finanças (CF), é uma nova versão da lei aprovada em 2006, que já instituía o benefício, mas foi rejeitada pela Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência Social. Além disso, a lei original está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) em ação da Ordem dos Advogados do Brasil, que aponta inconstitucionalidade, já que por se tratar de um plano de previdência complementar, ele não poderia utilizar recursos públicos. A lei previa um aporte inicial de R$ 13,9 milhões pela Assembléia para a criação do fundo de aposentadoria dos deputados.
A inclusão da nova proposta surpreendeu os próprios deputados, que até então não tinham conhecimento da existência do projeto. Questionado nas semanas anteriores sobre se a proposta seria colocada em votação ainda este ano, o presidente da CCJ, deputado estadual Durval (DEM), responsável pelo projeto, desconversou, alegando que ainda estaria estudando o assunto.
Ontem, quando os trabalhos da Casa já se arrastavam por mais de dez horas de discussão e votações, no início da madrugada o projeto 544/08 apareceu na pauta. Oficialmente, ele aparecia como tendo recebido parecer da CCJ e da Comissão de Finanças na véspera, mas deputados que acompanharam as sessões dessas comissões afirmam que esse assunto nunca foi colocado em discussão, muito menos votado qualquer parecer. Além disso, também não foi distribuído aos próprios parlamentares os supostos pareceres dessas comissões.
Até ontem à tarde, o projeto aparecia no sistema de busca da página da Assembléia na internet. Mas quando se tentava abrir a íntegra do texto, o site informava que a página não foi encontrada ou não estava disponível.
A Assembléia alega que o novo projeto apenas promove adequações na lei anterior, conforme orientação da Secretaria de Previdência Complementar. Entre as mudanças está a possibilidade de que não só os deputados, mas também os funcionários do Legislativo – incluindo os que ocupam cargos de confiança, preenchidos sem concurso público – tenham direito à aposentadoria especial.
Na essência, porém, a nova lei mantém os mesmos critérios, permitindo que os deputados se aposentem com 60 anos de idade, e após cinco mandatos. Da mesma forma, a lei continua prevendo que a Assembléia vai ter que por dinheiro público para capitalizar o fundo.
Sem painel — Além de colocar em votação o projeto sem qualquer discussão ou divulgação prévia, na madrugada da última sessão do ano, a Assembléia também não quis utilizar o painel eletrônico para registrar os votos dos deputados. O projeto acabou sendo aprovado em primeiro turno a 1h40, e em segundo turno, as 2h20, por votação simbólica. Apenas seis deputados registraram voto contrário à proposta: Luciana Rafagin (PT), Rosane Ferreira (PV), Marcelo Rangel (PPS), Douglas Fabrício (PPS), Tadeu Veneri (PT) e Beti Pavin (PMDB). O deputado professor Luizão (PT) absteve-se na votação.
Veneri questionou o método e a oportunidade da votação. “A Assembléia não pode colocar um projeto desse as duas da manhã, no último dia, sem a imprensa, sem divulgação. A população tem o direito de saber o que acontece aqui”, criticou. Segundo o petista, as mudanças feitas na lei não resolveram a irregularidade principal, que é o uso de dinheiro público em um plano de previdência complementar.

Leia mais:

* OAB deve entrar com nova ação

12/18/2008

Um tema para cada hora do dia

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Divulgação

Este é o Mocambo, que acaba de voltar de Nova Iorque onde está gravando disco novo

As bandas curitibanas Garotos Chineses e Mocambo fazem shows

Adriane Perin

Dois “retornos” importantes acontecem hoje. Por ordem de horário, no Tuc, às 19h30 tem Garotos Chineses, formação captaneada pelo multiistrumentista curitibano Marcos “Coelio” Gusso, nascida nos primeiros anos da década de 90 e que reaparece para lançar seu primeiro disco, com sua terceira encarnação. No Hurricane Bar o palco do Mocambo, banda curitibana que ganhou o prêmio máximo no 1º Festival Internacional da Canção Sul Americana - Prêmio Equinoccio 2007, e esteve os últimos dois meses gravando pela gravadora Lobo, uma das mais importantes do hip hop em Nova Iorque.

A Garotos – Kwei, uma versão chinesa de Gusso para seu apelido (guitarra e voz), Popa (baixo e voz) e o Punk ( bateria e backing) – faz o encerramento do ano no Teatro Universitário de Curitiba (TCU) lançando Pregadores Malditos, disco que sai pelo selo Discos Voadores. Esteé o trabalho que faltava para completar a produção feita com apoi do Edital Bandas de Garagem, através do qual o Fundo Municipal de Cultura financiou a gravação de Cds de 22 bandas. Além da produtora e selo Discos Voadores, mantida pelo jornalista Fernando Tupan a Central Homem de Ferro lançou 11 novos títulos do projeto A Grande Garagem que Grava, através do apoio público que, aliás, deve ganhar novos editais em 2009.

A principal importância desse lançamento é recolocar em evidência um cara que é fundamental para a cena independente paranaense, Gusso, que além de tocar de tudo que é instrumento que lhe cae nas mãos, ainda é um compositor de mão cheia, o que poderá ser conferido um pouco hoje, já que o repertório do Garotos tem composições próprias suas - junto com as escritas pelos outros dois músicos também.
A formação original era o que se poderia chamar de uma “super banda” local, com Fábio Elias, Caco Louis e Rubens K (ex-July et Joe e Terminal Guadalupe), que depois cederam seus lugares a uma versão duo, de Coelio junto com Rodrigo Amaral, antes da atual. Gusso nunca foi homem de uma banda só; sempre teve a característica de tocar em vários projetos ao mesmo tempo e nesses últimos termpos andou dividindo o tempo de palco com o de estúdio, trabalhando em produção musical - divide o trabalho com Tupan nos 11 discos feitos. É assim, que tem conseguido se manter traba.han do com música. Atualmente, faz parte também dos grupos Koti e os Penitentes, Easy Players e Hellfishes. “Tenho conseguido viver de música, mas sem apoio das leis de incentivo acho que ainda não rola. Por isso, outros editais como este têm de vir ; é muito importante que tenhamos apoio público”, diz ele que na noite do dia 25 faz a festa de Natal do Chinaski.

O repertório registrado no disco, explica ele, é todo com composições novas, mas teve espaço para um clássico, “Garotos Chineses”, do tempo da formação original – que, alías, deve fazer participação no show de hoje -, além da versão de “ Carta ao Ídolo, da banda curitibana oitentista Ídolos do Matinè, do produtor do Discos, o jornalista Fernando Tupan e uma das primeiras por aqui a ter uma mulher na linha de frente. “Estamos juntos há uns dois anos. Um dia no bar o Popa chegou e disse que queria tocar comigo. Primeiro colocamos o nome do disco como nome da banda, mas achamos muito pesado e resolvi mudar”, conta Gusso para quem o som de hoje do Garotos, “está mais pop, mais simples”.

São dez músicas que no instante da entrevista estavam sendo finalizadas pelo exigente músico. “Passei o final de semana aqui no estúdio pra terminar.”, diz. Gusso ainda deve um disco com suas boas ( e pouco conhecidas) composiões antigas que, aliás, já está com uma parte pronta há anos. São verdadeiras pérolas da produção curitibana que não podem ficar sem um registro.

Mocambo — Já o grupo de hip-hop Mocambo volta de Nova Iorque pronto para a nova fase da cara ficar cara a cara, e de igual para igual, com alguns nomes fortes do hip-hop daquele lado de lá do Oceano. Já tem o clipe da música “Jah Jah” pronto e o disco com 14 novas faixas, 90% escrita dentro do estúdio já em território norte-americano, faltando apenas mixar e masterizar. “Foi tudo uma loucura muito legal. Foram 50 dias, 5 homens trancados num estúdio, um ritmo que nunca tínhamos encarado antes”, conta Ronaldo, um dos MCs do Mocambo. A experiência será divisora para Coringa, K-Nab, Deze, Vinte e L Jay. “As músicas falam de muitas coisas, tem um tema pra cada hora do dia. O legal é que trabalhando com gente que já esteve ao lado Jenifer Lopez, NAS conseguimos aproveitar a experiência dos caras e manter a cara do Mocambo”, assegura Ronaldo.


Mocambo se despede de 2008 em sua cidade

Mocambo volta com nova visão de trabalho, comentam seus integrantes, depois da experiência de trabalhar com profissionais de ponta do mundo do hip hop

Adriane Perin

Mocambo volta com nova visão de trabalho, comentam seus integrantes, depois da experiência de trabalhar com profissionais de ponta do mundo do hip hop. O disco está sendo feito sob os cuidados da Lobo Records, com produção executiva de Raul Cela e sonora de Raul Velez. “Estamos muito acostumados a gente mesmo ter que lapidar nosso som e foi bom trabalhar com alguém desconhecido da gente. Isso, sem falar na super estrutura de apoio; gente pra cuidar da imagem da banda, pra tudo. Num primeiro momento levamos um susto, mas ao ver o material acontecendo vimos que estamos somando experiência”, comenta, satisfeito Mc Ronaldo.

Agora, tudo vai mudar, acredita ele. “ Vamos levar ainda mais a sério, profissionalmente falando. É muito diferente ter os melhores equipamentos, tudo de melhor do primeiro mundo, pois este estúdio no qual estamos está, seguramente, entre os três maiores de gravação do Estados Unidos. É tudo muito diferente do que estamos acostumados” .
Raul Cela, que também é músico faz uma das participações do disco, que conta ainda com Infamous Mobb, do veterano clã Mobb Deep. “Cela é um equatoriano muito (re) conhecido. Estar no estúdio de igual pra igual com esses caras foi muito bom. Porque a gente tende a não acreditar na gente, e daí chega um artista desses conversando contigo na maior naturalidade.... foi uma experiência muito gratificante”, diz o MC, citando ainda o apoio recebido de outras pessoas, como o pessoal da Fera Produções e o A.C, da marca de skate EX 13 “ É importante citar quem está ajudando nisso tudo”, diz.

Os rapazes também deram uma passeada na megalópole. Ronaldo conta que foi incrivel ver a Broadway, a Quinta Avenida, a sede da Virgin. “É tudo muito grandioso. E gravamos o clipe na casa que foi o Al Capone, a que serviu de locação para o filme Psicose”, adianta, feliz da vida.
Agora, nesta época de festas, eles vão aproveitar a cidade e família, depois deste que é o último show do ano em Curitiba. Depois, farão alguns em outras cidades brasileiras antes de, em fevereiro mais ou menos voltarem para Nova Iorque para terminar o disco e entrar na fase de divulgação.
Para Gian, o MC Coringa, o que muda disso tudo é mesmo o jeito de trabalhar. “A visão de trabalho, de querer mais ainda viver de música e também de sair do mundo exclusivo do Hip hop. Pra mim está cada vez mais claro que estamos fazendo música”, diz.


Serviço
O que: Garotos Chineses e Riot Revolver.
Quando: Dia 17 às 19h30. Quanto: R$3.
Onde: TUC ( Galeria Julio Moreira -Largo da ordem)

O que: Mocambo, MIlitantes do Reggae, DJ Jeff Bass e convidados especiais: Ana e Vilma da banda Namastê e Beto Siri da banda Arma de Jah.
Quando: Dia 18 às 22h. Quanto: R$12 e Fem. R$1 5. Onde: Hurricane Bar (Rua Augusto Stresser, 872)

my secret mood: o frio de dezembro

esse frio de dezembro faz querer ouvir certos sons. verve, que eu nem curtia, lançou um dos mais belos discos de um ano que não teve pouca coisa. é bom sentir assim ao ouvir uma canção: "ninguém sabe realmente para onde estamos indo"... mas, aí, no meio da perdição, chega um scrap no orkut e dá uma vontade de ouvir música, conversar, abraçar, ir tomar uma no quintal, mesmo que esteja garoando...

"Does anybody know where we're really gonna go?
I was wondering if we've got that real soul
You know the thing you cannot trade or ever own
Does anybody know where we're really gonna go?
I was wondering if we've got that real soul
You know the thing we cannot trade or ever own

Solitude, my sacred mood
Appalachian Springs
All my things

Took a step to the left
Took a step to the right
I saw myself and it wasn't quite right

Does anybody know where we're really gonna go?
I was looking for answers in a soul
In the feelings that a man can't control
I let the fire burn bright in the dead of night
Disappointed she'd get I told a lie
I said that I would never be on their side

Took a step to the left
Took a step to the right
And I saw myself and it wasn't quite right
Took a step to the left
Took a step to the right
I keep it together, yeah

And I was waiting for my number come
Like a bingo calling, singing in the sun
You said "our number's 69"', I said "ok"

Solitude, my sacred mood
Appalachian Springs
All my things

Took a step to the left
Took a step to the right
Yeah, I keep it together
You know I'm not lying
Took a step to the left, yeah
I took a step to the right
I'm gonna keep it together

C'mon, c'mon, c'mon

Does anybody know where we're really gonna go?
I was wondering if we've got that real soul
You know the thing you can't trade or ever own
Or ever own, or ever own, or ever own

Good luck, I'm coming home
Feels so young
I don't know where I've gone

I took a step to the left
I took a step to the right
And I saw myself and it wasn't quite right
Yeah, a step to the dreams
Slippin' out, slippin' in and out of dreams" (adri)

12/16/2008

Memórias do Teatro Paranaense ganham registro em livro

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Ivam Cabral, fundador da Cia. Os Satyros, lança publicação com biografías rápidas de César Almeida, Edson Bueno, Lala Schneider, Mário Bortolotto e Silvanah Santos

Adriane Perin

Depois de fazer uma varredura na memória pelo viés dos cartazes do teatro paranaense, agora o ator Ivam Cabral, um dos criadores da companhia Os Satyros, se debruça sobre Cinco Biografias do Teatro Paranaénse, livro feito com apoio da Lei de Incentivo a Cultura, que tem lançamento hoje, no Ateliê de Criação Teatral.

Foi durante a pesquisa dos cartazes que ele se deu conta da carência bibliográfica por aqui. “Poucas pessoas trabalham nisso e pessoas importantes desse meio estão morrendo. Senti a necessidade de contar essa história”, comenta ele que divide a autoria com a jornalista Marianne Cabral Baggio. Antes deste livro, Os Satyros fez um importante registro informal videográfico de conversas com algumas figuras importantes deste cenário. “Fiquei com medo que morressem, peguei uns amigos e com a câmera que tínhamos em mãos gravamos, material que está no acervo da companhia”, explica.

Entre os cinco biografados do livro está a atriz Lala Schneider que morreu ano meio do projeto. “No final ela já estava bem fraquinha,a gente tinha que parar porque ela não podia ficar muito tempo falando”, lembra Cabral. “A vontade é que consigamos fazer os volumes 2, 3 4 5....me incomodava profundamente essa falta de registro”. Sobre a escolha dos cinco, diz que foi mais do que difícil. “Foi terrível, tenebroso porque ele pode ser o único; não temos tanta certeza assim de que conseguiremos dar continuidade a este projeto. Pensamos em gerações e tentamos pegar desde os anos 50 até agora, priorizando quem está na ativa o tempo todo”.

Ivam Cabral tem esse olhar de “historiador”. Enquanto muitos de seus contemporâneos traçavam planos de ir para a Globo, ele propunha montar uma companhia que fosse determinante. “Quero ficar para a História e meu sonho sempre foi construir coisas antes de aparecer nas coisas. Sempre tive esse respeito pelo que aconteceu, tenho esse lado de organizar a memória”, observa. Essa falta de registro, avalia, tem a ver, também, com as perspectivas alimentadas para carreiras artísticas. “Se formos ver, nos anos 90 todo artista que se formava na cidade, e me incluo nisso, queria ir trabalhar fora porque em Curitiba não se sustentava. Hoje isso mudou, Curitiba tem força. Nós, dos Satyros mesmo, andamos o mundo mas sempre voltamos para Curitiba, onde mantemos um braço, mesmo estando em São Paulo”, comenta ele que quer dar continuidade ao trabalho iniciado no Festival de Curitiba, em março, na Vila Verde.

Satyros — O Satyros segue a todo vapor, com sua sede em São Paulo e já com uma grande novidade para 2009, ano em que a companhia vai celebrar seus 20 anos de atividades: a Satyros Literatura, parceria com a Imprensa Oficial de São Paulo. “Não sei ainda exatamente o que vamos lançar, mas daremos continuidade a esse processo de memória”, diz. Uma possibilidade é transcrever as entrevistas em vídeo. “Tem várias pessoas que morreram como a Odelair Rodrigues, Delcy e Edson D’avila, pessoas que deixaram um legado. Este é o único material da Odelair. Quando ela morreu a Paraná Educativa veio pedir esse material porque não tinha nada”, conta ele, lamentando. “Esse atraso vai demorar para ser recuperado, por mais que estejamos mais atentos, agora. É um preço muito alto que vamos pagar, porque vai precisar muitos anos para equilibrar”

Serviço
Cinco Biografias do Teatro Paranaense. Dia 16 às 19h. Entrada franca. ACT ( Rua Paulo Graeser Sobrinho, 305). Informações: (41) 3338-0450

12/15/2008

1968: tempo fechado também em Curitiba

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Teresa Urban fala sobre seu novo livro, Ditadura Abaixo,da editora Arte & Letra, sobre o movimento estudantil e também mostra um outro lado de sua geração


Ditadura Abaixo, de Teresa Urban, com quadrinhos de Guilherme Caldas mistura linguagens literárias para contar a história de 1968, em Curitiba

Adriane Perin


2008 foi um ano interessante para a literatura paranaense. Mais dois Jabutis vieram pra cá; jovens autores lançaram (bons) livros - destaque para Luiz Felipe Leprevost - ; revistas importantes tiveram continuidade, autores ganharam homenagens póstumas, houve apoio público para produção e cursos. E neste finalzinho, para fechar em grande estilo, eis que chega uma obra desde já fundamental. Ditadura Abaixo, de Teresa Urban, com quadrinhos de Guilherme Caldas, mistura linguagens literárias para contar a história de 1968, em Curitiba, passando pela história do movimento estudantil. Em seu bojo, uma importante pesquisa histórica sobre o que se deu por aqui no fatídico ano do AI-5, aquele que não terminou e que deixou, também na capital paranaense, suas marcas. O lançamento é da Arte e Letra .

Nas 249 páginas, Teresa se utiliza de informações e fatos históricos para criar uma história de ficção. Como já se sabe, 1968 foi o ano do Ato Institucional de número 5, que completou 40 anos neste último sábado, quando se soube de pesquisa dando conta que 8 em cada dez brasileiros não sabem do que se trata. O AI-5 marcou o acirramento da repressão, dando munição para a ditadura militar brasileira cometer a fase mais arbitrária e violenta da História recente do Brasil. Muito se fala dos mortos e desaparecidos em outras regiões brasileiras, mas Curitiba tampouco passou incólume pela truculência do golpe militar.
Mergulhar nessa história não foi fácil para Teresa, cuja “ficha” no Dops (Departamento de Ordem Política e Social), por subversão, tá reproduzida no livro. “Se eu não fizesse agora, não sei se ia fazer. Foi meio que me garrar nos 40 anos de 68. Mergulhar nos arquivos do Dops foi muito doloroso”, diz. Além da vontade de contar sobre isso para o neto, a jornalista diz que é uma boa história não contada antes. “Sempre me incomodou isso de a gente daqui não passar boas histórias para outras gerações. Lembro que quando estava na universidade me incomodava muito o fato de não termos os mais velhos pra contar como era antes. E não tínhamos porque tinha havido golpe e muitos não estavam presentes ou não podiam contar”, lembra.
Isso fica claro logo nos primeiros quadros da história, quando ela situa o ambiente nas duas únicas universidades do Estado na época, Federal e PUC, que atraíam para a capital estudantes de todo o Paraná. Além de aulas desanimadoras, com discurso político engajado ao golpe que renegava descaradamente fatos noticiados - e com professores que diante de qualquer questionamento iam logo intimando: “seu nome completo” -, o estopim foi a tentativa de cobrar mensalidades.
“É sempre ruim quando existe uma ruptura em um processo de acumulação de conhecimento, afinal a História se faz do contrário. E, até agora, essas histórias estavam no âmbito doméstico. Não existe bibliografia disponível e o que tem é muito acadêmico”, oberva Teresa para quem, de repente, caiu a ficha dos 40 anos passados desde aqueles dias de confronto. “A história começava a ficar muito antiga do ponto de vista de quem nasceu anos 60 e 70”. Junto a isso outra vontade, de falar com o jovem. Olhar para o neto de 15 anos sempre lhe despertava a inquietação sobre o “como a gente fala com ele?”.
Não só, João, o neto, serviu de consultor, mas também alguns amigos, Tiago e Lucas. “Fui descobrindo como é rápida a comunicação entre eles e meu caminho foi tentar fazer tudo rápido, com textos curtos, frases claras, o que dá um trabalho que nunca imaginei. Meus livros anteriores eram de muitas palavras. Foi um desafio”, completa ela que quis, e conseguiu, mostrar também um outro lado. “Queria fazer algo que permitisse que a documentação da ditadura viesse a público, e também os aspectos positivos de uma juventude generosa, envolvida com os problemas do país, com vontade de mudar o mundo” conta.
O livro é uma mistura de linguagens visuais. Quadrinhos e textos se completam e se traduzem, e são completados de forma muito legal por recortes de jornais, trechos de textos e de manifestos, além registros de documentos mantigos pela repressão. E, no final é evidente que Teresa não fala só com os jovens, como ela mesmo descobriu. “Tem um universo de gente que nasceu na década de 60 que não conhece essa história. Foi revelador”. A cor local, como define Teresa Urban, faz toda a diferença e provoca fortes sensações. São tantas as “nossas” histórias a serem contadas. “Esse buscar dessa cidade, dessa realidade que a gente vive, isso me impulsionou também; a intenção de ir construindo algo que chegasse a hoje e foi extraordinário encontrar uma pessoa com a garra do Guilherme Caldas. Ele pegou o espírito da coisa e foi embora. Trabalhos juntos para descobrir que cidade é essa e como era”, diz e emenda. “A memória da gente é algo muito apegado a momentos de intensidade. Quando falo de Curitiba percebo muita coisa minha, da época em que éramos os donos da Rua XV. Era outra cidade, outra organização social, os universitários tinham espaço grande e me esforcei pra mostrar. Porque a ditadura tem um lado sombrio, mas 68 também é um ano mágico. Extraordinário no mundo inteiro, de descobertas, das mulheres descobrindo seu espaço, de uma sede de saber e de fazer...”.


O passado ronda a realidade

Adriane Perin

Tem muito de Teresa Urban então nesse livro? “É inevitável, mas não é uma biografia, embora estejam ali coisas que vivi. Tive a liberdade para imaginar personagens, mas sobretudo, não se pode ignorar que o passado ronda a realidade”.

Teresa considera importante ressaltar que os estudantes, protagonistas de 1968, não viraram baderneiros, havia uma inquietação por uma razão: a (falta de) qualidade do ensino. “O movimento estudantil não era à esquerda. Mas havia uma insatisfação que resultava da profunda ignorância que tomou conta da comunidade acadêmica. Era impossível ficar indiferente”, garante. “E no livro isso fica claro, é uma descoberta de uma rede de vigilância que emerge a todo momento. Começa a ser exasperante”, lembra.

Tem uma sequência de quadrinhos que traduz issocom simplicidade e maestria. A moça, Maria, estudante de filosofia, protagonista, vai ao departamento de Filosofia, seu curso, reclamar da falta de qualidade das aulas. Logo houve a pergunta fatídica: “Nome completo”. Ao que responde: “Ah, você é da turma do nome completo, já vi tudo”. E segue o diálogo:
- “E vocè, uma comunistinha de merda”.
- “Eu, comunista? Tá louco. entro aqui pra pedir aula e professor decente e viro comunista?
- “Oha sua roupa, calça comprida, sandália de couros... tá na cara que é vermelhinha....”
Começa a ficar terrivelmente pesado, segue Teresa, “porque naquela época havia uma expectativa que não se tem mais hoje de que a universidade fosse uma experiência de conhecimento, a profissão era decorrência”. “Era uma época no mundo todo de descobertas tecnológicas, mudanças comportamentais. “ Tudo era desafio para quem tinha 20 anos. E toda essa sede de conhecimento encontrava um muro na frente, a ditadura. Foi a luta contra ela que nos uniu, mas por trás daquilo tudo havia uma imensa vontade de entender o mundo”, lembra.

Um momento divisor de águas foi a “batalha do politécnico” e a conseqüente, tomada da Reitoria da Federal, em uma ação que mostrou muito senso estratégico. “Houveram grandes manifestações, mas procurei mostrar que havia uma certa irregularidade na reação da repressão, como na batalha do politécnico. Ali a repressão foi desproporcionalmente exagerada, e seguiu-se de parte dos alunos uma estratégia bem sucedida que foi a tomada da reitoria. Esse é um momento emblemático no sentido de mostrar a capacidade de organização contra a tentativa de implantar o ensino pago” .

Mas, para Teresa, o momento que encerra uma fase do movimento estudantil foi mesmo o julgamento dos meninos da chácara do alemão. “Ali foi como se caíssemos na real. Porque até ali parecia, mesmo com a repressão, que tudo era possível. Até ali a gente não tinha muita noção da mundança de nível, com o AI 5. Ali nos percebemos numa armadilha gigantesca. Descobrimos que ir para rua não ia mudar a ditadura, restavam outras alternativas. Uma parte se liga, aí sim, a grupos de esquerda, passa para a militânica operária ou luta armada”.

Arquivos-mortos — Durante sua pesquisa Teresa se surpreendeu com a ausência de documentação organizada. “Nos arquivos de jornais não existe nada. Tive vontade de chorar e tenho a impressão que na transição para o mundo informatizado esses arquivos foram para o lixo. Preciso ser cautelosa com essa afirmação, mas foi com esta impressão que fiquei”, diz. Neste contexto o melhor arquivo disponível é o do DOPs, no Arquivo Público. “É um ponto de vista especifico, mas se pode pinçar história. Muita coisa do que aconteceu tá ali, o grau de neurose deles, e coisas ridículas como transcrições absolutamente sem importância. O mergulho no arquivo do DOPs foi muito doloroso, mexeu com muita lembranças e sensações”, diz.

Ilustrações - Outra parceria importante foi com o quadrinhista, ilustrador e artista plástico Guilherme Caldas, 35 anos, criador da história em quadrinhos. Ele conta que passou cinco meses trabalhando nas ilustrações do livro. Para tanto, assistiu ao filme Lance Maior, do cineasta Sylvio Back e afirma que procurou ser “o menos fantasioso possível, o mais fidedigno aos fatos e principalmente à forma como as pessoas se vestiam, falavam, ao que era moda na época”. E conseguiu fazer um trabalho forte, cujos desenhos, como disse, traduzem as partes de prosa do livro, com eficiência.
Nesta pesquisa e ele notou quanto falta trabalhos sobre o tema. Mesmo a Internet tão rica em tudo, “é um verdadeiro deserto em relação ao que aconteceu em Curitiba neste ano”, conta. Para comprar o livro: www.arteeletra.com.br/

Aniversário do Marcos Prado

Eu não sabia, não o conheci, só li e ouvi sobre sua genialidade, também através de seus parceiros que se encarregam de não deixar essa preciosa existência passar batida na terra.
Então, o polaco da barreirinha presta sua reverência e nós engrossamos o coro. NO blog do Tadeu tem poema e um conto inédito do Marcos Prado. Vai lá.
http://www.polacodabarreirinha.blogspot.com/

12/12/2008

2008, rock de inverno, prasbandas e mais...



Meus dias são naturalmente atribulados, tantas coisas pra fazer que às vezes estar “só” no Jornal já é quase férias. Fico distante do blog porque simplesmente não tenho a mesma disposição do ivan pra chegar em casa depois de um dia inteiro e ir pro computador - e no trabalho, nem sempre rola, como hoje. Não dá. E assim, coisas que eu queria dizer, aqui, vão ficando pelo caminho, junto com a impressão de que não dou muito valor a este espaço. Muitas vezes as palavras tão pulando faceiras na minha cabeça, lembrando "histórias de catarina" mas escapam logo depois, no meio das outras tantas...to lendo nada menos que quatro livros ao mesmo tempo – todos pra servirem de base de entrevista. Todos livros muito legais, mas dos quais acabo não falando em primeira pessoa, eles ficam nas páginas do jornal e chegam aqui em forma de matérias de jornal, graças ao ivan, porque como ele mesmo diz, eu sou uma péssima marketeira do meu trabalho... cheia de pudores e inseguranças bestas.

Quando comecei a escrever esse texto a idéia era comentar que hoje tem uma festa de um projeto que eu acho muito importante na cidade, o Prasbandas, criado pelo Getúlio Guerra. Daí, comecei a pensar em dois dos livros que to lendo, Cinco Biografias do Teatro Paranaense (vou entrevistar o autor, Ivam Cabrtal, daqui a apouco) e o Ditadura Abaixo, da Teresa Urban, pra ficar em dois exemplos de coisas boas que foram lancadas nesse ano produtivo da cidade. Em especial o da Teresa, mexeu muito comigo. Essa história é uma que me provoca imensamente.... Mas, são vários vários os assunto e depois volto nisso, porque agora quero falar de como foi meu ano de trabalho e uma das coisas mais importantes, passa por uma convivência com esse cara que falei, o Getúlio Guerra, um cara que é, cada vez mais, desse circuito da música independente de curitiba. Mas, ele atua nos bairros, coloca bandas pra tocar em praças; banda veterana junto com novas da região. Desde que soube, se não me engano via ivan e suas andanças pela internet a qual não me dedico como deveria, achei muito legal essa idéia, porque a gente, os “produtores veteranos” da cidade, concentram seus shows nos bares da região central. Por praticidade, mesmo, confesso, de minha parte.
Não sei se alguém aí notou, mas pararam os festivais de música em Curitiba – e não to falando do TIM. To falando dos “nossos festivais de música independente”; Rock de Inverno, Tinidos, National Garagem, Curitiba Calling, RG. Já tivemos 15 em um ano. E nesses últimos anos, quase todos sumiram. Se mantiveram os do pessoal da Psychobilly Corporation, ano passado teve o National Garage, do JR. A crise tá braba, mas 2008 foi um ano novamente de muitos bons discos na cidade.

Não são muitos os apoios e o povo cansa. Eu canso, o Ivan cansa, o JR cansa... o Vlad, não! Mas, eu sou birrenta e não consigo desistir de certas coisas. E por conta disso teremos Rock de Inverno em 2009. Resultado de uma das coisas mais importantes que eu e um grupo de produtores fizemos: Vlad Urban, Getúlio Guerra, JR Ferreira, André Ramiro, primeiro.
Protocolei uma carta escrita por mim, assinada também pelos produtores citados,e mais alguns, na Fundação Cultural de Curitiba, pedindo ao Fundo Municipal de Cultura um edital especificamente para produção de festivais. Já que todas as outras áreas tinham seu próprio edital com verba direta, porque não nós, que já carregamos tantas edições nas costas? E fomos atendidos. Teve gente que chiou não gostou, questionou a legitimidade, à boca pequena, mas questionou. Como assim, eu, uma cidadã não tenho legitimidade para reivindicar? Por favor....

Pois agora taí, o edital saiu e quatro projetos foram aprovados. Encerro 2008 estafada, cansada mesmo, me sentindo quebrada em muitos dias, mas com uma alegria tranquila no peito. Muito feliz porque continuo certa de que é este o caminho que temos. Agora, com mais uma certeza: temos que fazer política cultural junto. E a festa do Prasbandas de hoje vai ser também uma comemoração disso.

Sei que tem show também do pessoal do Ruído, no Wonka, e o André Ramiro foi parte importante nisso tudo. Em qual endereço for, temos razão pra festejar, porque esse edital é uma conquista muito importante. Pra mim, porque recoloca o Rock de Inverno em cena. Pra todos, porque foi criado, pode acreditar, pensando nas bandas, na produção autoral, nos produtores alternativos, em Curitiba, essa cidade esquisita e linda, onde já vivo mais da metade da minha vida. Hoje bateu essa vontade, logo cedo, de falar de coisas boas, pra contrabalancear com o cansaço e desânimo. Como disse, foi um ano bom pra Curitiba, na literatura, na música, no cinema, no teatro, nas artes plásticas. Difícil, mas bom, de muito trabalho. Mesmo com todo esse cansaço, que dá até vontade de chorar, às vezes, quero brindar 2008. Encerro o ano, não agora ainda, tranquila de ter feito algo legal. Agora, de minha parte, é pensar no Rock de Inverno, que a partir de agora está oficializado para junho ou julho de 2009.
E HOJE TEM FESTA NO BASEMENT PUB E NO WONKA!!!!! (Adri Perin)

12/08/2008

TV na rede

Uma dica pra quem como eu não tem tv a cabo. No site TV Tuga é possível assistir ao vivo tvs de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. Esses dias, por exemplo, eu queria ver o ensaio, da TV Cultura e não podia porque a TV Educativa do PR não retransmite mais a Cultura aqui, pois precisa do espaço pros discursos e perorações do governador, ou prefere retransmitir os programas da TV do Lula, aquela que ninguém sabe, ninguém viu. No TV tuga tem inclusive vários canais só de música, rock, alternativo, etc.

12/05/2008

Valencio Xavier morre em Curitiba aos 75 anos


Escritor, cineasta e produtor de TV estava internado há três meses

Redação Bem Paraná

O escritor Valencio Xavier morreu na manhã de hoje (05) em Curitiba, aos 75 anos. Paulistano, mas radicado na capital paranaense há mais de cinco décadas, Xavier estava internado há três meses no Hospital São Lucas, e não resistiu a uma parada respiratória provocada por um acidente vascular cerebral.

Tido como um dos ícones da literatura experimental brasileira, Xavier escreveu inúmeras narrativas em jornais e revistas (como Nicolau, Revista USP, Folha de S.Paulo e Gazeta do Povo).

Suas publicações mais conhecidas são 'O Mez da Gripe' (Companhia das Letras, 1998), 'Meu 7º Dia' (Ciência do Acidente, 1998), 'Minha Mãe Morrendo e o Menino Mentido' (Companhia das Letras, 2001) e os contos 'Minha História Dele' (Ficções, n. 1, 1998) e 'Meu Nome É José', na coletânea A Alegria (Publifolha, 2002). Também trabalhou como tradutor, consultor de imagem em cinema, roteirista e diretor de TV.

Apaixonado por cinema, Xavier recebeu o prêmio de "Melhor Filme de Ficção" na IX Jornada Brasileira de Curta-Metragem, por Caro Signore Feline. Dirigiu, ainda os curtas 'O Pão Negro - Um Episódio da Colônia Cecília' (1993) e 'Os 11 de Curitiba, Todos Nós', além de ter criado a Cinemateca do Museu Guido Viaro. Suas produções praticamente estagnaram nos últimos anos, quando foi diagnosticado como portador do mal de Alzheimer.

A família ainda não divulgou os locais do velório e enterro. O escritor deixa mulher e dois filhos.

12/03/2008

EP no S&Y

E o Marcelo Costa comentou o EP lá no "500 toques" do Scream & Yell":

“EP”, Ivan Santos & Giancarlo Ruffato (De Inverno)

"Ivan é vocalista do OAEOZ. Giancarlo é um dos novos nomes do cenário paranaense. Aqui os dois músicos surpreendem regravando canções próprias em produção online. “Deserto” ganhou um ótimo arranjo com Gian rasgando a voz sobre uma base de teclados que parte num crescendo empolgante. A bela balada bluezy “A Falta Desse Ar”, do álbum solo de Gian, também se destaca, mas é a cortante “Noturna”, única produzida conjuntamente em estúdio, que bate forte no peito e deixa marcas de piano, flugelhorn e dentes."


Nota: 8,5

http://www.myspace.com/giancarlorufatto

Copacabana Club seduz com som irrepreensível

UOL/Folha Ilustrada

Ito Cornelsen/Divulgação

Integrantes do grupo Copacabana Club, que langou o EP "King of the Night", com quatro faixas


THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Curitiba é hoje um dos principais centros do bom pop-rock feito no Brasil. Vêm da capital paranaense, por exemplo, os experimentalistas ruído/mm; a complexidade sutil do combo Wandula; o folk nervoso do Bad Folk; a esperta banda new wave Sabonetes. Mas converse com um curitibano (melhor: com um roqueiro curitibano) e invariavelmente você ouvirá reclamações de como a cidade é parada, não tem nada para fazer...

"Sempre fomos assim. O povo reclama de tudo mesmo. Mas tem bastante banda rolando aqui, sim", conta Alec Ventura, 30, multiinstrumentista do Copacabana Club, banda que sintetiza a excelente safra roqueira desenvolvida em Curitiba nos últimos anos.

O Copacabana Club é o caçula da turma. Acabou de completar um ano de vida, mas nesse pouco tempo traz na bagagem o EP "King of the Night" --uma jóia composta por quatro faixas irrepreensíveis-- e 17 shows --o último deles ocorrido na Funhouse, em São Paulo, em que a carismática vocalista Camila Cornelsen terminou cantando no meio do público.

Junte a performance de Camila com as melodias extremamente caprichadas de músicas como "Come Back", "Just Do It" e "It's Us" e o resultado é uma banda dona de uma irresistível mistura de rock de garagem, synthpop e new wave.

A idéia de montar uma banda surgiu de Ventura, que após tocar no extinto grupo ESS e de uma temporada em Londres (de 2001 a 2006), voltou a morar em Curitiba.

Certa noite, ele encontrou Luciano Frank, um dos donos do bar James. "Queríamos fazer um som juntos. A única prioridade era que fosse algo dançante. O ESS era mais eletrônico, agora queríamos algo mais orgânico, com um baterista mesmo", conta Ventura. Assim, surgiu o convite à baterista Claudinha Bukowski, que já havia tocado antes em banda.

Em seguida, apareceu Camila, 25. "Ouvi eles conversando sobre montar uma banda. Todos eles já tinham experiência. Eu estava ao lado e disse: "Não sei tocar nada, mas quero entrar na banda". Aí eles me convidaram para participar do primeiro ensaio. Fizeram algumas melodias e eu cantei alguma coisa em cima. E deu certo."

Para quem nunca havia cantado em público, Camila mostra uma performance de veterana: "Eu fazia balé e sapateado, então estava acostumada a dançar em frente a uma platéia", conta. "Mas desde o nosso primeiro show essa história de ser vocalista aconteceu bem natural, sempre me senti à vontade", diz ela, que cita Karen O., do trio nova-iorquino Yeah Yeah Yeahs, como referência. "Gosto de performance, de figurino, de maquiagem."

Melodia

Primeira faixa do EP "King of the Night", "Just Do It" é um delicioso passeio de riffs de guitarra a la Strokes e de uma new wave ensolarada.

"Adoramos melodia", afirma Ventura, que toca guitarra, sintetizador e bateria eletrônica. Sobre o lado dançante do Copacabana Club, ele explica: "Quando montamos a banda, estávamos bem influenciados pela disco, mas pelo lado mais sombrio, dark. E também pelo electropop dos anos 80. São músicas que funcionam bem na pista", diz. "Além disso, gostamos bastante de Stevie Wonder, Stereolab, Sondre Lerche."

Na banda, Ventura é encarregado de compor as melodias e Camila, as letras.

Nesse pouco tempo de vida, já tocaram em bares e casas de shows em Curitiba, além de Rio de Janeiro, Florianópolis, Santa Maria, São Paulo. Estão escalados para o Pré-Grito Rock 2009, em Porto Alegre, na semana que vem.

Melodias, letras, ótima performance ao vivo... Só uma coisa parece não encaixar na banda: o nome, Copacaban Club. Copacabana?

"Não tínhamos idéia de como chamar a banda, aí as meninas sugeriram Copacabana. Não sei por quê. Depois o baixista veio com o Club. Acabou ficando", diz, rindo, Ventura.

Por que ouvir

A banda parece ter um talento nato para construir melodias perfeitas, aliando guitarras de garagem e sintetizadores new wave. Dá para ouvir as excelentes "Just Do It" e "Come Back" na internet. Pop-rock do melhor feito no Brasil

12/01/2008

Os caminhos que se abrem para a Capoeira

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Divulgação



“A abertura do Estado brasileiro para a capoeiragem vem depois do reconhecimento já existente no exterior. É um processo importante, mas foi tardio”, diz o antropólogo Luiz Renato Vieira

A luta brasileira ganha evidência esta semana, que vai tratar da abertura de instutuições para a prática


Adriane Perin


Desde os tempos em que a capoeira era crime até junho passado quando foi reconhecida como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, muito aconteceu. Mesmo com este recente reconhecimento, a luta de raízes culturais, ainda recebe olhares pesados por pré-conceitos. A começar pela mídia que não abre espaço em cadernos culturais porque a vê como esporte, e nas editorias esportivas é ignorada porque muito pouco se fala além de futebol, automobilismo e volei. A ironia é que é exatamente na combinação destas duas características que reside sua peculiaridade – e sua força. A capoeira volta à evidência neste semana em Curitiba por conta de dois eventos, com várias atividades correlatas. Nos dias 5 e 6 a Universidade Federal do Paraná (UFPR) sedia a 1 Roda de Estudos: Os Processos de Institucionalização da Capoeira. O evento, que tem entrada franca, é uma promoção da UFPR com apoio do grupo Força da Capoeira, que celebra na semana, com atividades a partir de hoje, seus 15 anos de existência. A Roda de Estudos foi proposta à Pró Reitoria de Extensão e Cultura por capoeiristas integrantes do Força que são também acadêmicos de Psicologia, Antropologia e Educação Física, estabelecendo um importante elo com a Academia. Nas mesas redondas estarão representantes da instituição, um Mestre de formação tradicional, um com formação universitária ou que trabalhe em universidades e um professor doutor com pesquisas na área.

Entre os convidados, para a mesa redonda da manhã do dia 6 está o antropólogo e Mestre de Capoeira Luiz Renato Vieira, da Universidade de Brasília. A temática será em torno das políticas públicas tanto no processo de institucionalização da luta quanto na transmissão do conhecimento. Junto na mesa estarão Lialiane Porto, do Departamento de Antropologia da Federal e Mestre Sergipe, da Velha Guarda da Capoeira do Paraná.

O processo de reconhecimento “institucional” da capoeira no século 20, principalmente a partir de sua discriminalização, é também a história da institucionalização das lutas no país. “Ao longo desse tempo a capoeira passou de uma prática cultural marginal em relação às principais instituições e sociedade para ser gradativamente assimilada. Foi um processo complexo, cheio de avanços e retrocessos”, avalia Viera, em entrevista por telefone. Começou com a incorporação apenas do aspecto de luta, muito por conta do preconceito racial e cultural. “ A memória que a sociedade tinha era do lado combativo e achou por bem vincular só o que considerava o ‘lado bom’. Nos anos 20 e 30 do século passado é que começa uma valorização cultural. Entram em cena Mestres Bimba e Pastinha e um grande processo que teve como foco a Bahia faz ressugir a capoeira a partir de suas referências culturais”. Nesta fase, tida ainda como folguedo e sem a atenção da ampla sociedade. “Embora Bimba tenha trabalho em instituições formais como quartéis, contribuindo pra dar um status de respeito. Esse é um passo muito importante reconhecer”, considera o antropólogo. Aos poucos outros processos paralelos foram acontecendo levando, por exemplo, ao reconhecimento como atividade de natureza pedagógica e física, também. Em meados da década de 80, o olhar cultural ganha mais força com a democratização, quando a sociedade passa por uma revisão de seus conceitos culturais e a cultura popular ganha valor. ‘Toda a América Latina passa por essa dinâmica que estava também em voga mundialmente. É á valorização do que não é ocidental que dá força para toda uma cultura alternativa”, lembra. No Brasil, a reafricanização, sobretudo em torno das culturas baianas, com o afro virando moda, ajuda a capoeira também. “A Bahia assume sua cara afro, que ganha a classe média e se expande pelo Brasil, um contexto bastante favorável á capoeira”, pontua.
Só que, no meio disso tudo, a capoeira já vinha conquistando reconhecimento em mundo afora. “É muito importante perceber e reconhecer que a abertura do Estado brasileiro para a capoeiragem é associada a esse reconhecimento já existente no exterior. O reconhecimento aqui é um processo importante, mas foi tardio. E com ênfase no patrimônio cultural e imaterial”, diz. Sobre os resultados práticos desse reconhecimento formal, Vieira acha bom que seja até meio lento. “Porque é fundamental que em paralelo a essa abertura por parte do Estado – do que este evento é um sinal - é imprescindível que haja discussão interna na capoeira para que as políticas não resultem apenas da atuação dos gestores culturais”, defende.


“Nós é que temos que manter o Iphan informado”

Joaquim Guedes da Silva Alcoforado é o Mestre Kinkas, fundador do Grupo Força da Capoeira

Adriane Perin

Joaquim Guedes da Silva Alcoforado é o Mestre Kinkas, fundador do Grupo Força da Capoeira, que está completando 15 anos, e um integrante de Velha Guarda da Capoeira do Paraná. A cerimônia do Batizado do grupo, troca das cordas e encerramento do ano, é dia 06, às 15h no Memorial da Cidade. Antes disso, ele será um dos integrantes da mesa redonda de abertura da 1 Roda de Estudos, às 9h do dia 5, que vai tratar do contexto histórico que levou a legalização da capoeira. Nesta mesa vai estar também Mario Ricardo Szpak Furtado, o Birilo, Mestre de Kinkas, que vem de Recife. Kinkas saiu de lá para enfrentar aqui o desafio de ter sua própria trupe. Além do ensino de outras modalidades da cultura popular junto com a capoeira, o Grupo desenvolveu uma técnica de alfabetização através do ensino da capoeira. Quando chegar a Curitiba, na próxima quarta-feira para acompanhar as atividades - que começam hoje com uma Roda na Escola Rio Negro, no Sítio Cercado, onde o instrutor Cigano, do grupo, dá aulas -, Birilo vai ter uma amostra do caminho que o aluno trilhou por aqui. “Vai ser uma forma de mostrar para ele a capoeira daqui, o trabalho feito. Estou muito feliz e nervoso. Nem sei como vou começar o Batizado e essa mesa. Porque não tenho esse felling profissional de palestrante. E vai ser dificil sentar ali com meu professor e o tratar como um igual”, conta. Kinkas acredita que com o reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural é preciso fazer ainda mais batizados e eventos de expressão, como este, para que se perceba que a capoeira não está parada, nem nas instituições formais, nem entre as pessoas que a carregam. “São muitos os eventos anônimos feitos pelos capoeiristas sozinhos, sem apoio, sem patrocínio, sem conseguir teatro e, ainda, com o Ecad querendo ganhar dinheiro da gente”, diz. “Temos que nos manter ativos para municiar o Iphan com informações ele possa beneficiar tanto a capoeira quanto os mestres”. As universidades, por outro lado, defende Kinkas, têm que estar alertas para não se tornarem uma coleira para quem vive da capoeira. “É preciso manter o respeito aos mestres antigos, às pessoas que trouxeram a capoeira até aqui”, diz.
Ele chama atenção ainda para outro assunto que vai estar em voga nesta semana, que é a questão da entrada da capoeira nas escolas, pelo viés da obrigatoriedade do ensino da cultura afro. Muitos detalhes estão pendente no que diz respeito á capoeira. “Não pode ficar só como ensino teórico em História do Brasil, porque vai se perder muito, já que existe muito pouco publicado”, alerta. “A prática tem que vir junto, como atividade lúdica, como música, como esporte de alto rendimento, como teatro. Capoeira reune todos esses elementos”, completa, lembrando ainda a questão da regulamentação da contratação do capoeirista como um profissional. “ São muitas as questões que envolvem essa caminhada feita e muito vem pela frente ainda pra refletirmos e fazermos”.

Serviço
Informações: kinkascapoeira@hotmail.com