8/28/2008

Conversa com quem entende do riscado

Jornal do Estado

O projeto Produtores Toddy nasceu no ano passado para dar consultoriamusical para os novos

Adriane Perin


Edu K

Com o surgimento da internet tem-se a impressão de tudo está ali e que as novas gerações não precisam de ninguém para ajudá-las a se virar: basta fazer. É tanta informação que até parece que tudo se resolve depois da digitação de algumas palavras-chave. Ledo engano. Pois não é que os novos músicos ainda alimentam velhas ilusões que já imaginávamos perdidas? E querem, sim, ouvir dicas de gente “das antigas”, como o gaúcho Edu K – da banda DeFalla, que ficou famoso mesmo com o “Melô da Popozuda”, o pancadão feito pra “Feiticeira” Joana Prado, no H, programa do tempo que o Luciano Huck ainda era da Bandeirantes.

Então, nasceu o projeto Produtores Toddy, cuja proposta, em seu sergundo ano, é dar consultadoria para novos grupos, com dicas técnicas e de marketing. “O mais legal é ajudar a galera que está começando, de todo lugar do Brasil, algumas que ainda nem no underground chegaram, são de garagem. Acho que nos procuram para ter opiniões diferentes”, diz o músico, hoje também produtor e DJ, com uma carreira mais no exterior e um dos convidados desde o começo.

O projeto tem ainda um convidado diferente todo mês, e em agosto, quem assume o posto é Macau Amaral, publicitário mineiro, produtor musical e sound designer, encarregado de dar dicas sobre a parte de visual, tanto de apresentação quanto de video clipe.

Edu K já constatou os resultados das dicas. “Tem gente que manda o som reformulado, incorporando os toques dados. Poder ajudar a galera a alcançar o que quer é um puta prazer”, diz, citando a paulistana Tango, que foi para o estúdio sob os olhares do projeto e o resultado está no site. Ele garante que incentiva a moçada a procurar seu próprio jeito e não se prender a supostas regras de mercado. “Fazer aquilo que gosta, independente de estar na moda agora e tal. Esse negócio de ficar tentando se moldar pra tentar fazer sucesso nunca dá certo. Também sempre falo pra galera que o tal “esquemão” é coisa do passado; existem outros meios de se chegar ao público. O mais óbvio a internet, é claro - mas às vezes a galera não se liga que isso já é (faz tempo!) uma realidade muito forte”, acentua.

Macau, o convidado do mês, diz que vai dar uns toques “a respeito de estética, direção de arte, porque não se pode esquecer a imagem”. Sua idéia, é dar pistas de oportunidades legais que rolam na internet. “É verdade que a informação está toda diante das pessoas, por isso o desafio é filtrar - esse é o diferencial do Produtores”, comenta . “Ainda não sei como vai fluir, mas estou aqui pra dar pitacos na parte que conheço mais, acompanho muito as novas tecnologias”. Nesta área, segue ele, ficou mais fácil editar e todo mundo tem câmera, mas como ter uma forma diferenciada pra não ser mais um nesse mar de informações? “Aí nos entramos”.

Com tanta informação, pondera Edu K, a galera não sabe nem por onde começar. “Precisam de um aval, uma outra figura a quem recorrer”, observa, citando como principais questões: como gravar uma demo, que tipo de computador usar, softwares e como chegar a determinados timbres. E até como arranjar empresário e gravadora, essa entidade jurássica, para muitos, fadada à extinção. “Explico que as coisas mudaram hoje, não é mais preciso depender deles e que sem, funciona tão, ou às vezes melhor, que ter uma gravadora. Muita gente não se deu conta, os mais novos ainda tem um sonho de estar com gravadora”.


Serviço

www.produtorestoddy.com.br

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