7/31/2008

“Nunca perdi esse meu jeitão de pescador"

Jornal do Estado

O guitarrista Walmor Góes celebra os 40 anos de carreira na festa organizada pelos amigos de Maxixe Machine

Adriane Perin

Um dia dos anos 80, depois de assistir ao filme Frankstein, o adolescente Walmor Douglas Wisloski Góes apareceu na escola com o cabelo “com uma brilhantinha absurda”, garantido que ele parasse em pé tal qual o ator. A moçada não ia perder a chance de zoar e, desde então, os amigos da época o chamam carinhosamente de Frank. Acontece que o tempo passou e o Frank, que nunca estudou música formalmente, virou um dos mais competentes e importantes músicos da cena local, e está completando 40 anos da carreira iniciada na mais tenra idade, aos 8 anos, quando se apresentava nos primóridos da televisão paranaense, em programas como o Mini-Chance, produzido por Didier e Newton Deslandes, no Canal 6/Tv Paraná e Gurilândia, produzido por Emerentino Paca, no Canal 12, a Rede Paranaense de Televisão.

Ele nem sabia, mas no tempo que correu entre esse primeiros passos e hoje, se tornou uma referência, e suas bandas influenciaram músicos curitibanos que são feras na atualidade. É por essas e outras, que o Maxixe Machine faz show hoje no Jokers para prestar reverência ao companheiro de guitarra, um canhoto que nunca trocou as cordas e, por isso, desenvolveu um estilo muito próprio de lidar com o instrumento. Góes passou pelas históricas Contrabanda e Opinião Pública, antes de chegar ao Maxixe e Gruvox, e promete inventar alguma para manter a festa animada. Diz que vai até tirar músicas suas do baú, que ninguém conhece.

Foi lá no cursinho do Positivo, quando tinham por volta de 17 anos, que ele se deparou com Rodrigo Barros e Luiz Ferreira. Era a época da proto-punk Contrabanda, marco histórico da música local que gerou o BAAF. Um ano depois, o reencontro foi na Universidade Federal. “O que já tava bom ficou melhor e decidimos dar continuidade aos projetos musicais. É engraçado porque a Contrabanda ganhou uma dimensão... era comum pensarem que éramos de outra cidade”, lembra. “Tudo começou como uma brincadeira que hoje é tudo pra mim”, completa, enquanto revira as lembranças. “Tem vantagem ser velho, a gente vira museu”, ri de si mesmo.

Curitiba fervilhava a ponto de fazer parecer o que hoje existe uma “caricatura do que foi o circuito de eventos”. “A gente tocava toda semana em praças, nas Ruínas, no TUC. Tudo bem que era uma banda tocando e outras duas na plátéia, mas era maravilhoso e a abertura da FCC facilitava. Não era como hoje que se vacilar até exame de sangue você tem que levar para conseguir agendar uma data”, brinca.

Mas, sabe como são os jovens, atrevidos, cheios de razão e com uma arrogância nata que provoca confusão. E foi em uma das muitas brigas que a Contrabanda acabou, lembra Walmor. Mas, daí, veio o Beijo e Walmor foi para a Opinião Pública, uma das mais prestigiadas e muito citada na lista de influências. “Sempre compus muito, mas a convivência com o Tadeu Wojciechowski, desta época, me ensinou a compor com mais amor, objetividade e simplicidade”. Foi ficando mais punk, musicalmente falando? “No sentido da mensagem, não da postura, porque nunca perdi esse meu jeitão de pescador. Mas, tinha essa rebeldia de ir contra os hippies, porque era uma cultura que tinha que ir embora pra chegada do novo” , diz”.

Góes se formou em Educação Artística e largou Letras no meio. Mas foram as palavras que o aproximaram deste e outros amigos viscerais. Além de Tadeu, Paulo Leminski e Marcos Prado fazia parte do círculo. “Era Leminski falando descontroladamente e nós dois concordando com tudo”, conta rindo. “Aí pensei, pô, vou ter que me aplicar um pouco, tenho que abrir o olho com esses amigos ou vou ficar sempre só ouvindo”, conta lembrando ainda o parceiro de infância Marcos Prado.

Walmor acha engraçado que músicos mais jovens e amigos citem suas bandas como influência. “A Contrabanda foi um divisor de águas, porque na época se achava que estávamos no fundo do poço e ela mostrou que era possível fazer um trabalho novo, dava pra reler tudo e inventar em cima”.

Já a Opinião era centrada em Arnaldo Machado, o Caco Machado, outra verdadeira lenda musical, que andou afastado da música, mas cujas letras geniais nunca foram esquecidas. Tanto que a banda ganhou recentemente seu primeiro registro em disco, por conta do projeto GGG. “Não acreditava nessa história de influência, mas muitos amigos me falam isso. Nos esforçávamos para fazer o melhor. Não sei porque o curitibano se acha o marginal do mundo. O que é uma besteira, porque, daí, a gente fica procurando um reconhecimento que já existe - mesmo que o público continue sendo uma incógnita”.

SERVIÇO

Maxixe Machine. Dia 31. R$10 ( com bônus). Jokers (R. São Francisco,164).

7/30/2008

De músico para músico

Jornal do Estado

Adriane Perin

Trevo Digital é uma plataforma para comercialização de música em MP3. É mais do que um site, explicam os donos da empreitada, os curitibanos Luiz Eduardo Tulio e Eduardo Carvalho Junior, ambos da banda Celestines, o primeiro formado em Engenharia Civil e o segundo um professor de História que também atua como representante comercial.

Com um comprometimento musical que vai muito além do hobby para ocupar as horas vagas, a dupla se deu conta que chegou ao mercado com sua proposta musical no meio do olho do furacão, quando ainda tontos, todos – artistas, alternativos ou não, e empresas - tentam achar novos meios de fazer sua música chegar o mais longe possível. Missão mais dificil quando se fala de música autoral alternativa, em cujo universo não se conta com grandes orçamentos. “Pegamos justamente uma fase de transição do CD físico para o digital e quando os espaços para distribuição física começam a se fechar”, comenta Tulio, por telefone. Constatação feita, mangas arregaçadas, foram pesquisar sobre caminho a serem desbravados. “Notamos que fora os grandes sites, UOL, IG, Sonora, não existe nada para o artista chamado independente”, observa. Do sistema de download remunerado do Trama Virtual, por exemplo, a dupla concluiu que não dá para sustentar uma banda. A gravadora Trama tem dois grandes patrocinadores que disponibilizam entre R5 e R$10 mil mensais, que são rateados entre quem fizer uma cota mínima de download. “Fizemos um acompanhamento e dava na média de 10 centavos por música. Quer dizer, com a venda de 10 mil downloads, o que não é pouco para este nosso universo, a banda ia ganhar R$100 . Não vimos como isso pode levar uma banda adiante. É melhor para o site, que recebe muita visita, mas a banda não sobrevive”, observa Luiz.

Pelos comentários correntes, os músicos parecem estar gostando da idéia, que está tendo seu lançamento oficial este mês. “A gente não pertence a nenhuma mega corporação, do tipo UOL, ou Terra, é uma plataforma feita por músicos para músicos”, observa. È bem simples participar, basta a banda ou selo fazer um cadastro, que vai ser aprovado pela diretoria da plataforma – a equipe prefere chamar assim e não de site. Depois disso, ele vai poder criar sua própria página – como se faz em portais como My Space – e ter sua própria loja de venda. “O interessado não preciso ir só na página da Trevo, porque o usuário vai poder colar o ícone da loja nas páginas que já tem na internet e fazer a venda normalmente”, explica Tulio.

A banda define tudo, preço, se vai vender por faixa ou a obra completa e só paga uma taxa anual de R$30. O site entrega 80% do que receber para a banda. “E não temos nenhum tipo de exclusividade”, completa o empreendedor, com sua lista de vantagens.

Tulio e Carvalho Junior não sabem ainda se vão, com isso, conseguir ganhar dinheiro. “É tudo muito incerto, e sabemos que para ter alguma chance, temos que implantar melhorias. Pensamos por exemnplo, em vender o disco físico também, no futuro. Mas, no momento o interessante é ser um distribuidor de música digital. E este é o único, neste sistema no Brasil”, garante ele, que continua a todo vapor também com a banda.

Importante dizer, segue, ele que “não somos gravadora, não vamos fazer divulgação e lançar artistas”. Portanto, o bom desempenho no Trevo depende do empenho da banda, como sempre. Além de apresentar aos clientes a certificação digital 128 bits SSL de compra segura pela internet, a Trevo Digital oferece o Trevocard, um cartão virtual em que o consumidor abastece seu crédito e utiliza da maneira que quiser, sem restrições quanto a tempo, formatos, selos independentes, gêneros ou intérpretes. Estarão disponíveis ainda para o internauta entrevistas com os artistas, parada com os dez nomes mais acessados, sistema de recomendação de cantores e bandas como sonoridades similares e áudio com trinta segundos de cada música sem qualquer custo para o ouvinte.

Serviço

http://www.trevodigital.com.br/

7/28/2008

7/24/2008

Rock and roll com death metal no TUC

Jornal do Estado

Black Maria e Imperious Malevolence, bandas com longo histórico, fazem a reabertura

Adriane Perin

Depois de quase um ano sem ir para palcos curitibanos - e de quatro anos de shows com casa cheia na primeira residência rock de sucesso na cidade - a Black Maria volta hoje a tocar na cidade, para apresentar o novo Teatro Universitário de Curitiba (TUC), que agora quer ser uma casa das bandas curitibanas. Junto na noitada, outra veterana que tem uma história muito interessante, a Imperious Malevolence. Além de reabrirem a agenda do simpático teatro – reformado –, elas também fazem o lançamento oficial do terceiro box da Grande Garagem que Grava (GGG), projeto criado pela Central Homem de Ferro, sob coordenação dos músicos e produtores Luiz Ferreira e Rodrigo Barros. Eles e o jornalista Fernando Tupan, do Estúdio Discos Voadores, foram vencedores de edital para gravação de 12 Cds, cada um, de grupos curitibanos que, a partir de hoje, ocupam as quintas-feiras até dezembro no TUC. O Teatro também volta a receber em agosto, as domingueiras Canja de Viola.

Gabriel Teixeira, guitarra da Black, contou que a banda se deu um descanso porque os quatro anos de shows semanais desgastaram o grupo - que também não teve o retorno que esperava em termos de permuta para shows em outros lugares. “Fizemos isso para tocarmos em outros lugares, e fizemos bons shows, mas não foi na mesma medida. Até eu que sempre fui otimista , noto que tem uma hora que a gente dá uma desaninada por não ver as coisas acontecerem. Às vezes penso que essas bandas dos anos 80, as que ficam se regravando, acabam ocupando o espaço que deveria ser dos novos, sem apresentar nada de novo”, comenta e emenda, “Mas aprendi a não esperar muito, ninguém escolhe ser músico por grana. Faço o que gosto e estou satisfeito”, diz.

Agora, a idéia é retomar os shows mas em ritmo menos acelerado. Amanhã, eles tocam no Shopping Mueller com entrada franca e também estão com agenda no programa Acústico Mundo Livre, da Rádio Mundo Livre. A GGG foi o primeiro registro captado com a potência ao vivo, com qualidade. Tanto que eles fizeram também o primeiro DVD. “Ficou muito diferente dos Dvds que se vê por aí, por ser em uma garagem”, conta. “Gosto dos registros em estúdio, mas aqui a vibração foi diferente, porque em estúdio sempre tem o produtor que acaba dando uma pasteurizada”, completa ele que, com a parada do grupo, se dedicou à produção solo e está se preparando para um disco.

E quem gosta da Black Maria vai conhecer outra banda das antigas de Curitiba, a Imperious Malevolence que tem 13 anos, 4 turnês européias no currículo e embarca, neste sábado, para mais uma temporada, já com 9 shows agendados, começando pela Ucrânia, com possibilidade de engatar direto para o Canadá. “Vamos para grandes festivais de Metal, o que eles chamam de open air, que são shows para 15, 20 mil pessoas”, conta Mano, o guitarrista da banda que tem 3 discos, um DVD e um Ao Vivo gravado na Alemanha.

Apesar da trajetória legal, os músicos não vivem só de música, embora só toquem com cachês e toda estrutura paga. Isso no exterior, porque no Brasil, a história é diferente. Tanto que mesmo em Curitiba, os shows são raros. “Aqui muda tudo. Falta qualidade, não se dá valor e o pessoal tem que pagar pra tocar”, comenta. “No metal existem muitas ramificações, como a gente está na ala mais agressiva, o death metal, acabamos tocando mais em festivais especializados. O público é pequeno mas muito fiel. Ser do metal é quase uma ideologia.”

Na volta da turnê estrangeira, o grupo quer pegar forte na pré produção do novo disco, para lançar ano que vem, antes de maio, quando parte em nova turnê, com nada menos que 60 shows já agendados, pela Europa, resultado do trabalho de uma agência contratada exclusivamente para fechar este tipo de shows.

7/22/2008

Mercury Rev - Snowflake Midnight

AQUI

Parem as máquinas. Tirem as crianças da sala!
Dica do "garimpeiro" Luiz Mastrangeli.

Miles Davis - Live At The Isle Of Wight



essa é pra continuar a semana no pique.
engraçado ver isso e pensar no pessoal que faz aquele jazz fusion anódino que muitas vezes se vê por aí. pensar que tudo começou assim, e agora nem parece a mesma coisa.

enfim, mais uma prova de que o negócio é ir na fonte.

7/15/2008

OAEOZ no Loaded E-Zine

E o Loaded E-Zine - programa de rádio que começou na internet e atualmente é veiculado em quatro emissoras abertas do interior de São Paulo, incluindo a Cultura FM - traz essa semana, entre outras bandas, OAEOZ, com Impossibilidades. Quem quiser pode ouvir o programa no site deles, ou baixar. Confirammmm!

7/14/2008

...

Catarina era uma menina tagarela, sempre foi. De sua avó sempre ouviu que desde pequena era apegada aos livros. Costumava ficar deitada no chão de bunda pra cima, desenhando, rabiscando letras tortas, de aprendiz ainda, com seu caderno cheio de "orelha de burro" de tanto ser carregado pra cima e pra baixo, sobre a tampa do poço que havia no meio da cozinha de chão de madeira. O hábito de ler de bruços, ela carregou vida afora; o de tentar tratar a solidão com a cara enfiada em um livro também a acompanhou, para ser sacado em dias de não existir, quando tudo o que lhe resta é o silêncio e uma canção.


****

Outro dia, passeando na casa dos pais, Catarina encontrou um quadro pintado com a imagem de chaplin e o garoto. Me contou que tem quase certeza se tratar do único presente que restou dos que recebeu do Luis, o Luis do seu Benício, figura de sua infância, um dos primeiros outsiders que encontrou na vida, ainda sem saber. Só guarda na lembrança que aquele rapaz, doente, que morreu logo, tinha algo de diferente. Ele gostava de John Lennon e foi o primeiro que ela conheceu com aqueles óculos redondos. Luis do seu Benício era um artista e ela acha, hoje, que quase ninguém sabia. Catarina tinha que tomar cuidado, não pegava muito bem dar tanta trela para um rapaz, mas como ela, desde pequena vivia mais no meio de rapazes que de moças – embora houvesse mais mulheres em sua família –, era natural que conversasse com eles nas tardes morgadas em que eles vinham jogar sinuca no bar. Essas tardes eram legais. Ela com seus cadernos de estudos espalhados pelo balcão – tomando o cuidado de anotar casa nova partida - e os rapazes do bairro jogando.

Luis, um dos vários filhos de Seu Benício – dono de um dos armazéns e bares das redondezas – era tido como o esquisito. Catarina, por alguma razão, começou a lembrar muito dele nesses últimos tempos. Talvez seja a chegada de uma nova década em sua vida que provoca essa saudade de coisas que, parece, só agora estão sendo descobertas. Da importância dessas figuras de infãncia na sua vida, ela sempre soube. Mas, por algum motivo, elas agora voltaram aos sonhos e mesmo nos pensamentos acordados, aqueles que vêm do nada, no meio de uma canção de agora, no meio de um livro lido enquanto o ônibus chega em casa. E a cada dessas reviravoltas, essas figuras, loucas, voltam com mais força, como que exigindo seu pedaço na história de Catarina. Do Luis, o que lembra muito é isso, dos quadros que ele pintava. E tem a sensação da presença dele, naquelas tardes de conversas surrupiadas. Catarina não era exatamente amiga dele. Ele já era um moço e ela uma criança.Mas era, de certa maneira. E espera, sinceramente, que ele tenha sentido o que ela só se dá conta agora, tanto tempo depois: o quanto foi especial ele estar ali, com sua alma de artista, quando ela ainda não sabia nada da vida, mas intuia a importância do que seria primordial na sua existência: os livros, a música, as artes que nos acordam pra outras sensações (que é feita, também, dos dias que passam e ficam na gente) e, claro, os amigos. (adri)

7/11/2008

Para curtir no finde...



Aqui, minha música preferida de uma banda que o Gian me apresentou. O My Morning Jackets, executando a fenomenal "Run Thru", com uma das melhores linhas de guitarras que eu ouvi em muito tempo.



aqui, os mesmos My Morning Jackets no David Lettermann com "One Big Holiday"



e aqui, um video do Sparklehorse, numa versão para "Wish you here" que eu ouvi a primeira vez como trilha de uma peça do Mário.

7/09/2008

Dez anos depois: o novo disco da Plêiade

Jornal do Estado

Há quatro anos em produção chegou o dia do lançamento de FF, trabalho da banda que agora tem também nova formação

Adriane Perin
Divulgação
A banda curitibana que está de volta à ativa há um ano faz hoje o show de lançamento oficial de seu novo trabalho, no  Slaint Irish Pub, uma boa chance para quem quer ter  o disco

A banda curitibana que está de volta à ativa há um ano faz hoje o show de lançamento oficial de seu novo trabalho, no Slaint Irish Pub, uma boa chance para quem quer ter o disco

Foi uma verdadeira novela, e de longa duração, mas ela chega ao fim hoje com o lançamento do terceiro disco, segundo álbum, FF, da banda curitibana Plêiade, agora reformulada. O show oficial de apresentação do trabalho é no Sláinte Irish Pub, com uma nova cara - mas com a mesma sonoridade - feita de importantes músicos locais. Claudio Pimentel, fundador, compositor cantor e violonista é o único remanescente da formação original que lançou seu primeiro disco, A Descoberta, em 1998. Em uma entrevista muito bem humorada – Como você descobriu que tinha talento pra música? “Puts, ainda não descobri”, respondeu gargalhando - Claudio conversou sobre as diferenças entre os trabalhos, sua saída do Wandula e o futuro da Plêiade, seu “projeto de vida”.

Foram necessários dez anos para este rapaz – que se define como “cantor, compositor violonista, e vagabundo” , além de “ex dono de bar pra sempre” - conseguisse terminar um trabalho do jeito que queria. FF está em produção há pelo menos 4 anos. Ele conta que chegou a querer lançar uma versão pré-produzida por Igor Ribeiro, mas este não deixou.
No intervalo entre os dois álbuns teve em 2001, o EP Persona Non Grata, com quatro músicas gravadas ao vivo em estúdio. “São três fases distintas”, comenta. “Em 98 a gente nunca tinha entrado em estúdio antes, foi muito desgastante, conturbado, cheio de coisas tristes. Em 2001 já foi algo mais rock and roll, meio punk, com sexo drogas e rock’n’roll. E esse foi bem mais tranqüilo, profissional, tivemos tempo”. As pessoas também estão mais maduras, resultado de anos nessa tal caminhada de ser músico alternativo. “Tenho um timaço ao meu lado”, diz. Luciano Franco (ou Luciano do James), na “ghost guitar”; Quinho, nas “elegant guitar” ; Dego “O demolidor”, na batera; Guto Gevaerd, no baixo e o multiinstrumentista e produtor Igor Ribeiro. “O Deni tava tocando no primeiro bar que eu fui e ainda canta pra c...... O Guto agora tá excurcionando com o Felipe Hirsch e dei xou o lugar pro Felipe, com quem já estamos fazendo música nova. E o Igor, né, que fez o diabo nesse disco: produziu, fez capa, tocou flauta, flugelhorn, programações e teclados”, comenta Claudio feliz da vida. E com razão, porque esse time não é fraco, não. “Demorou 20 anos mas é a banda dos sonhos.... enquanto durar”.

Mas porque tanta demora? No meio da produção, conta, rolou um probleminha que, ironiza, “ás vezes costuma atrapalhar. Faltou dinheiro”. Com uma pré no gosto de Claudio, foi Igor quem não permitiu o lançamento e, nesse meio tempo, o projeto na Lei de Incentivo foi aprovado e a verba veio na hora certa para finalizar a produção. “Nesse tempo também o Alessandro, que era parceiro antigo, foi embora. Deu uma quebrada, mas depois a química foi se completando”. Tanto que em setembro já tem outro Ep chegando, do projeto do estúdio Discos Voadores, com apoio do Fundo Municipal de Cultura.

Ou seja agora é definitivo: “É, a Plêiade está de volta”, decreta Claudio, com a disposição de quem largou todo o resto . O ex- dono do Korova garante que não quer mais saber de bar. E deixou também a Wandula porque “não tinha mais nada a ver. E ser coadjuvante só de Al Pacino”, brinca, entre risos. Pois, agora, ele vai ter que encarar a parte chata, ou achar alguém pra fazer isso. Diz que a banda quer estar em festivais legais e pensa em conseguir um selo pra distribuição. “Tenho preguiça desse troço de ir atrás dessa parte. Mas, quero chegar mais perto das pessoas”. Por hora, quem quiser o disco vai ter mesmo que procurar pela banda nos shows.
Claudio está todo sábado no simpático Venda, na rua José Sabóia Cortes, nos fundos do Bosque do Papa. E hoje no Slaint Irish Pub, o disco sai por módicos R$10.

Serviço
Plêiade. Dia 9. R$10 (com o CD).
Sláinte Irish Pub (Presidente Taunay, 435). Informações: (41)3026-8701.

7/06/2008

Íris - To the other side

e agora, uma homenagem a nosso inefável brother, baixista e mala sem alça Rubens K, que recentemente entrou para o time dos quarentões. um vídeo "verdade" produzido pelo Carlão "Dave Friedmann" Zubek, apresentando as nababescas instalações dos estúdios Confraria Z, incluindo um incrível encontro com resíduos fecais deixados por algum de seus fiéis escudeiros e cachorros, e com direito no fim a um "clip" de um ensaio do Morphíris, e dedicações de amor ao Linari (eu sei que isso ainda vai terminar em sexo). Aproveitem e comentem, que qualquer dia desses eu volto com outro vídeo contando a misteriosa história do "buraco do rubens". ahahaha



7/01/2008

A fila




Pegue sua senha
você é um número
um número na fila
do matadouro

esqueça sua vida
venda algumas horas do seu dia
e acredite em tudo
porque você tem que acreditar

se não você pode resolver revolver
e não querer mais
aí tudo desmorona
você não é mais
uma peça numa engrenagem