8/23/2007

Dois textos

"Vejo as pessoas todas muito irritadas e as minhas vulgares análises todas me levam a crer que em algum lugar do caminho elas tiveram opções erradas, mas não querem se arrepender, porque talvez em algum ponto elas consigam se sentir satisfeitas a ponto de acreditar que tenham feito as opções certas. São os tais dos planos que não se concretizam. São as tais das vontades irrealizáveis, e todos parecem meio frustrados e infelizes, mesmo quando contam piadas e riem com sinceridade. Mesmo quando falam algo e querem se fazer notar. Mesmo quando insistem em chamar a atenção. Chamam a atenção para sua alegria, mas tudo que eu consigo ver é uma tristeza filha da puta, o tal buraco negro da alma, o tal buraco de 12 que eu disse que não dá pra encher nem com todo o whisky do mundo."

esse não precisa falar nada. Vai lá no atirenodramaturgo e veja a íntegra.



"O Charles Watson fala muito disso: o processo criativo deve ser um fim por si só. Ninguém que se envolve em alguma atividade criativa pode ficar pensando no fim, na recompensa, porque isso automaticamente mata o processo criativo.

"Todo criador, segundo ele, deve temer a sua criação. Porque quando você chega na obra, termina o processo criativo e tem a solução, acaba a melhor parte: o processo em si. Curiosamente, o ato criativo é um ato que leva invariavelmente à uma morte. E a morte é sempre dura. Criar é morrer o tempo todo.



esse outro eu achei no blog do Douglas Dickel (Blanched), que por sua vez retirou do blog do Mini (Walverdes), e fala sobre umas aulas sobre criatividade de um artista plástico que esteve por POA recentemente.

Um comentário:

Anônimo disse...

é, mais um do mário... mas o anterior que vc colocou aqui, me tocou mais forte, assustadoramente. é assim mesmo, algumas alegrias a gente até pode ter, mas dizer-se feliz, não é possível. não sei se algum dia foi...acho mais que eram só ilusões que a gente tem quando é mais jovem (que coisa horrível, achei que nunca falaria assim...) , mas que vão sumindo conforme a gente vai ficando esmagado embaixo de segunda-feira após segunda-feira. e isso não é pessimismo, não. estou num dia bem legal, mas já me toquei disso, mesmo. me sinto assim, fico feliz com as alegrias do dia-a-dia. Por exemplo, fico feliz com outro final de semana, mas uma sombra consome meu sorriso, quando me dou conta que mais sete dias passaram, tão rápidos...entre os dedos... isso muitas vezes me aflige, a vida escapando assim. e nem aproveitar intensamente todos os momentos não parece mais ser capaz de apagar essa sensação... (adri)
Já sobre "criar arte", esse não parece ser meu departamento....